A atual legislatura é marcada pelo papel mais político das primeiras-damas das prefeituras do Grande ABC. Diferentemente de mandatos passados, no qual as mulheres dos prefeitos tinham atuação mais restrita à área social, desta vez elas ganharam espaço, têm atuação mais destacadas e até contam com nomes cotados para sucessão dos maridos.

Em Santo André, Ana Carolina Barreto Serra preside o Fundo Social de Solidariedade, mas virou uma das principais conselheiras do prefeito Paulo Serra (PSDB). Tanto que é comum vê-la em agendas de diversas secretarias e com discurso de quem está a par dos temas das pastas.

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), apostou na mulher, Carla Morando (PSDB), como representante do grupo político para a eleição à Assembleia Legislativa. Deu certo e a tucana se elegeu deputada estadual. Ela, inclusive, tem sido figura frequente nas reuniões de secretariado do governador João Doria (PSDB).

Primeira-dama pela terceira vez, Denise Auricchio sempre apareceu em eventos ligados às causas sociais de São Caetano. Na semana passada, entretanto, seu nome foi cogitado para ingressar na corrida eleitoral. Há quem diga que Denise possa ser candidata a prefeita em 2020, caso seu marido, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), decline da reeleição. A Lei Eleitoral permite esse tipo de candidatura porque Auricchio está em seu primeiro mandato. Se Denise eventualmente se candidatar e vencer o pleito, ela não poderá pleitear reeleição.

Em Mauá, o nome de Andreia Rolim Rios chegou a ser especulado para ser candidata a deputada estadual no ano passado, principalmente depois que seu marido, o prefeito Atila Jacomussi (PSB), foi preso, em maio. Com a nova detenção do socialista, em dezembro, Andreia surgiu como alternativa ao clã Jacomussi, até porque seu sogro, o vereador Admir Jacomussi (PRP), foi acusado pela PF (Polícia Federal) de receber Mensalinho.

Adler Kiko Teixeira (PSB), prefeito de Ribeirão Pires, já articula a montagem da chapa à reeleição, entretanto, adversários insistirão no questionamento jurídico de eventual candidatura. Dentro do governo do socialista há quem defenda que Flávia Dotto tem capacidade para herdar projeto eleitoral caso Kiko seja impedido de disputar.