‘Garapa’ costuma ser encontrada em feiras livres, comércios de alimentos e entradas de parques
O caldo não pode ser considerado suco de fruta, uma vez que a cana-de-açúcar, responsável por originar o item, é uma gramínea, planta de folhas longas e estreitas, como a de trigo e milho, por exemplo. As pessoas consomem o líquido a partir do processo físico de separação das fibras realizado por diversas vezes com a ajuda de máquina conhecida como moenda, com a venda do produto, também chamado ‘garapa’, ocorrendo, de maneira mais popular, em feiras livres, comércios de alimentos e na entrada de parques.
O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, a utilizando, principalmente, para a produção de açúcar e etanol (o ‘álcool’ que serve de combustível para carros e que é vendido em postos de combustíveis). A planta é originária do Sudoeste da Ásia e chegou ao País no período colonial, por volta do ano de 1530, pelo militar português Martim Afonso de Sousa. Ela também serve para alimentação animal, como a de bois e vacas, e para o preparo de cachaça, bebida alcoólica adulta nacional.
O colmo (tipo de caule) da cana-de-açúcar é formado por cerca de 92% de caldo e 8% restante de fibra. A poderosa moenda ‘espreme’ ao máximo os pedaços colocados na máquina, com o caldo sendo consumido puro ou em mistura com ingredientes, casos de suco de limão e abacaxi. Recomenda-se que a cana seja moída para esse consumo, no máximo, 72 horas após o corte na plantação. O período que vem depois pode gerar infestação de fungos e bactérias capazes de iniciar complicações de saúde nas pessoas, a exemplos de vômitos, dores de cabeça, febre e diarreia. Os fãs do produtuo devem ficar atentos à higiene do local e dos equipamentos usados na preparação do líquido.
Após passarem pela moenda, os ‘bagaços’ podem ganhar sobrevida de diferentes formas. É comum encontrá-los na geração de fertilizante orgânico (material natural usado para enriquecer a terra de plantio) e na produção de papel artesanal.
Consultoria de Flávio Gabriel Bianchini, engenheiro agrônomo e professor adjunto de horticultura do curso de engenharia agronômica do campus Lagoa do Sino da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), da cidade de Buri, em São Paulo.
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