Prima rica do circuito, e também a mais famosa de todas, Monte Verde (cerca de 40 minutos de Cambuí) guarda, além de suas belezas naturais e arquitetônicas, segredo gastronômico há quatro décadas. Em 1978, o italiano Jorge Letere saiu do vilarejo Gressoney, onde nasceu, passou pela Argentina e veio parar na cidade mineira, que o encantou pelo clima. Duas das iguarias que ele mais gostou nesse percurso foram alfajor e pão de mel. Resolveu então criar doce com as características de ambos e o batizou de prímula, nome de flor local. Desde então, a receita passa por gerações, em sigilo.

“Por R$ 6 voltei à minha infância. A Gressoney era a única loja que vendia prímula e foi onde tive meu primeiro emprego, aos 11 anos. Hoje tenho 52, e isso foi uma década atrás, quando, depois de viver em Atibaia, voltei a Monte Verde e, junto com meu irmão, assumimos o local”, conta a gerente Sonia Godoy. “Meu irmão comprou a marca, mas não a receita, pois o casal que a detinha se separou e a mulher quis cobrar uma fortuna por ela. Nós não desistimos enquanto não chegamos à receita.”

O sabor das duas bolachinhas recheadas com doce de leite e cobertas com chocolate é, de fato, delicioso. É a mistura perfeita dos dois doces. Na média, por mês, são vendidas 4.000 prímulas, sendo que, na alta temporada (junho a agosto), saem 3.000 por semana.

Além do carro-chefe, e das dezenas de tipos de chocolates (esta foi a primeira fábrica do doce na cidade), marzipan (massa de amêndoas coberta com chocolate, como um prestígio com sabor alcoólico – R$ 6) e mordisco (pingão de doce de leite coberto com chocolate – R$ 5) não é possível visitar o local sem provar a sopa de morango. Por R$ 20, se consegue um atalho ao céu. Só de lembrar dá água na boca. A iguaria é feita de morango de Cambuí e leva calda trufada e sorvete de creme. O local (Avenida Monte Verde, 636) é aberto diariamente, das 10h às 18h, sendo que na alta, fica até as 22h.