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Em algum lugar do passado
Heloísa Cestari
Enviada à República Tcheca
28/07/2011 | 07:20
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No filme Em Algum Lugar do Passado, o personagem de Christopher Reeve viaja no tempo ao se concentrar nos ponteiros de um relógio antigo. A sensação hipnótica é mais ou menos a mesma de quem percorre a Cidade Velha e, de repente, se vê diante do famoso Relógio Astronômico instalado na torre da Prefeitura. Pouco antes de o ponteiro dos minutos indicar o número 12, uma estátua da morte aparece virando sua ampulheta. Em seguida, entram em cena os 12 apóstolos, cada um a seu tempo, e um galo cacareja no topo anunciando a hora cheia.

O show se repete desde o século 15, e chama a atenção de quem passa pela praça. Mais hipnótico do que ele só mesmo o cenário irretocável do Jardim Vrtbovská, com suas esculturas, monumentos, pavões e patos a nadar tranquilamente pelo lago. Suba até o ponto mais alto e vislumbre o incrível panorama dos telhados de Malá Strana. Depois, siga para o centro do bairro e visite a igreja de São Nicolau ou a do Menino Jesus de Praga, que guarda uma imagem da brasileiríssima Nossa Senhora Aparecida.

Séculos atrás, Praga foi chamada de Roma do Norte devido ao imenso número de igrejas. Mais do que elas, só mesmo torres. "Muitos a chamam de Cidade das 100 Torres, mas na verdade há mais de 500", afirma a gerente de marketing do Czech Tourism em Praga, Klára Vyslouzilová.

Apesar de extensa e dos mais de 1,2 milhão de habitantes, Praga é uma cidade para ser explorada a pé. Era assim que Kafka fazia para sentir o clima de sua terra natal até encontrar refúgio para o frio em algum café ou restaurante, já que, mesmo no inverno, insistia em sair com roupas de verão. Mas nem pense em sair de lá sem experimentar um passeio de barco pelo Rio Vltava - a passagem é mais barata no ancoradouro, perto da Ponte Cechuv, do que nas agências de turismo.

Tão imprescindível quanto o tour fluvial é comprar uma excursão até Kutná Hora, a 70 quilômetros de Praga. Não exatamente pelo valor religioso de sua capela, construída sobre um cemitério, e sim pela decoração do interior, feita com ossos de 40 mil pessoas, desde o altar até os candelabros. O lugar é assustador, mas inspira a religiosidade. Sim, porque diante de tantos crânios, até ateus sentem vontade de fazer o sinal da cruz.




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