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PPS: defender impeachment de FHC é erro político
Do Diário do Grande ABC
29/05/1999 | 14:47
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O PPS divulgou neste sábado nota oficial condenando a iniciativa dos outros partidos de oposiçao de propor o impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso em funçao das denúncias de interferência no processo de privatizaçao da Telebrás em favor do banco Opportunity. Na nota oficial, o PPS qualifica a proposta de impeachment de "extemporânea", "ingênua" e um "grosseiro equívoco" que desacreditam a oposiçao.

"O impeachment é um instituto limite da democracia no presidencialismo, que nao pode ser banalizado e nem se converter em bandeira de agitaçao da oposiçao contra o governo." Para o PPS, o impeachment do presidente da República só cabe como atitude extrema e como resposta a crimes de responsabilidade "inquestionáveis". "No caso específico do grampo, por todos os títulos lastimável e escandaloso, esse crime ainda nao está caracterizado", diz a nota, que foi divulgada depois de reuniao em Brasília, da Executiva do PPS com os presidentes dos diretórios regionais do partido.

O PPS defende ainda na nota a uniao dos partidos de oposiçao para o que chamou de "Diálogo Nacional", movimento em torno de projeto de desenvolvimento nacional capaz de garantir o sucesso nas eleiçoes municipais do próximo ano e uma vitória nas eleiçoes presidenciais em 2002.

"Antecipar o pedido de impeachment, antes de qualquer conclusao de uma CPI sobre o envolvimento do presidente nas denúncias, é um erro político", disse hoje o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE). "A CPI é exatamente para apurar a comprovaçao das denúncias", disse Freire. Segundo ele, grave também é a fragilidade do governo e do "poder nacional" com os grampos telefônicos. "É quase um poder clandestino", afirmou, acrescentando que há suspeitas de participaçao de agências de inteligência estrangeiras no episódio dos grampos.

O líder do PT na Câmara, deputado José Genoíno (SP), disse que um movimento em torno de uma projeto da esquerda para 2002 nao é contraditório com "o dever da oposiçao" de investigar as irregularidades e apresentar uma representaçao com denúncia de crime de responsabilidade contra o presidente Fernando Henrique. "Nao adianta o PPS fazer uma declaraçao olímpica, e nao fazer nada para viabilizar a CPI", criticou o líder petista. Segundo ele, a representaçao contra o presidente nao é extemporânea porque há uma "fato jurídico concreto", que é a interferência do presidente no processo de privatizaçao favorecendo um dos concorrentes.

O líder do PC do B na Câmara, deputado Aldo Rebelo (SP), também criticou a posiçao do PPS. Para ele, o PPS está defendendo o diálogo das oposiçoes para justificar a sua decisao de nao apoiar o impeachment ao lado dos outros partidos de esquerda. Rebelo ressaltou que o PPS também foi contra o pedido de impeachment do presidente Fernando Collor.




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