Nada mais justo e providencial ao Santo André do que a efetivação de Sandro Gaúcho no comando técnico do time. E tal decisão foi tomada justamente às vésperas da definição do futuro andreense na Copa do Brasil, competição que o treinador conhece bem. Afinal, em 2004, ele conquistou o título pelo clube marcando um dos gols na vitória (2 a 0) sobre o Flamengo, em pleno Maracanã. Assim, hoje (21h), contra o Naviraiense, no Bruno Daniel, o Ramalhão estará sob o comando de alguém que sabe o caminho a seguir.

Após vencer o jogo de ida, no Mato Grosso do Sul, por 2 a 1, o Santo André pode até perder por 1 a 0 ou empatar por qualquer placar para avançar à segunda fase. Mas ciente dos perigos aos quais está sujeito, Sandro Gaúcho dá as dicas a seus comandados.

"Temos exemplos recentes no futebol como o Corinthians (que perdeu para o Tolima na pré-Libertadores) e o Internacional (foi derrotado pelo Mazembe no Mundial de Clubes) de que futebol só se resolve lá dentro de campo e não na véspera. É uma decisão, temos vantagem, mas isso não significa nada. Temos de consolidar o resultado."

Gaúcho assume o time em momento complicado. Com seis empates e três derrotas, o Ramalhão ocupa a penúltima posição no Campeonato Paulista. Apesar de a partida de hoje ser válida por outro torneio, o treinador não esquece o Estadual. "Eu poderia colocar a equipe reserva, mas vamos com o time titular, força máxima, o que vai nos ajudar para a sequência do Paulista. Necessitamos dar padrão (de jogo) à equipe", explicou.

Nos treinamentos de ontem e anteontem, Sandro Gaúcho esboçou mudar o esquema tático para o 3-5-2. "Independentemente disso, eles entenderam o que quero e acredito neles", concluiu.

Adriano Louzada volta a disputar competição após 16 anos

Adriano Louzada ainda era um jovem de 16 anos quando disputou pela primeira e única vez a Copa do Brasil. O garoto nem sonhava que um dia chegaria ao Palmeiras, seria vice-artilheiro do Campeonato Português pelo Braga e brilharia com a camisa do Porto quando, pelo modesto Juventus-AC, enfrentou o Cruzeiro. Para ele, um grande momento.

"Foi muito bom. Jogamos em casa e aquele time do Cruzeiro tinha Palhinha, Dida... Empatamos por 1 a 1 o primeiro jogo e na volta, no antigo estádio do América (Independência), perdemos por 5 a 0. Mas foi uma experiência boa, porque só tinha 16 anos", contou o atacante, agora com 32.

Hoje, contra o Naviraiense, a situação se inverte. Afinal, o Santo André, campeão de 2004, é totalmente favorito contra um time que busca visibilidade e reconhecimento. "Temos de respeitar os atletas profissionais que lá estão, porque se não tivessem qualidade não estariam disputando a Copa do Brasil", afirmou ele. "Temos que impor nosso ritmo e não dar espaço para não sermos surpreendidos", emendou.

Mas se não tem tanta experiência na Copa do Brasil, na Taça de Portugal o desempenho é melhor. "Fui campeão pelo Porto (2005/2006). É um campeonato charmoso, que tem toda tradição e também surpresas. O Chaves (da Terceira Divisão), por exemplo, foi vice no ano passado", revelou.

Atacante torce para que o setor deslanche na temporada

O Santo André realiza hoje o 11º jogo em 2011. Até agora, apenas cinco dos dez gols marcados na temporada foram convertidos por atacantes. Além da baixa média (a metade), o Ramalhão tem encontrado poucas vezes a rede. Mas para dar um basta nisso, Rychely aposta em reviravolta a partir de hoje.

"Tivemos muitas mudanças, não houve entrosamento ideal. Cinco gols em 11 jogos é pouco. Eu, particularmente, fico pensando nisso quando chego em casa e vejo que passam os jogos e não marco os gols. Mas agora temos nova motivação (com a chegada do técnico Sandro Gaúcho), vamos superar essa situação, o ataque vai marcar gols e vamos conquistar as vitórias para ajudar o time", afirmou o atacante.

NAVIRAIENSE

Após 14 horas de ônibus entre Naviraí e Santo André, o time visitante chegou ontem, ao meio-dia, ao Grande ABC. Para descansar o elenco, o técnico Anselmo de Souza optou por cancelar o treino.