Economia Titulo Setor supermercadista
Atacarejos aumentam nível de emprego no Grande ABC

Última inauguração do segmento, Assaí em Santo André criou 560 vagas de trabalho

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
06/12/2018 | 07:26
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Herber Aggio/PMSA


O atacarejo, loja do setor que mistura as modalidades de vendas no atacado e no varejo, é um dos ramos que mais crescem dentro da área supermercadista. Prova disso é que, entre 2011 e 2017, houve acréscimo de 17,07% nas unidades do tipo no Grande ABC (eram 48 no último ano). Em 2018, já foram três inaugurações, sendo a última o Assaí Atacadista, na Avenida dos Estados, em Santo André, responsável por 560 empregos diretos e indiretos.

A modalidade é importante para a geração de emprego no varejo, tanto que, se somarem os postos de trabalho do Assaí andreense com a unidade do Assaí no Mauá Plaza Shopping (550 empregos diretos e indiretos) e do Roldão de Santo André (111 contratações e 38 transferências), são 1.159 vagas neste ano.

O Assaí cresceu 24% no primeiro semestre deste ano. Segundo o GPA (Grupo Pão de Açúcar), responsável pela marca, entre os fatores que influenciam esse aumento estão a assertividade do negócio e a adequação aos públicos que frequentam as lojas, sejam eles consumidores finais ou empreendedores.

O prefeito Paulo Serra (PSDB), de Santo André, destacou a importância da nova loja para a Avenida dos Estados. “É um eixo que precisa ser recuperado. Estamos em um momento da redescoberta da vocação econômica da cidade. Sabemos que é difícil recuperar a capacidade que a nossa indústria tinha antes da crise econômica, mas também estamos empenhados nisso. Além disso, setores de serviços, no atacado e no varejo, também estão crescendo”, afirmou o prefeito, que destacou o Via Rápida Empresa, criado em 2017, e que possibilita que aberturas de negócios sejam feitas de maneira desburocratizada.

Durante a inauguração da unidade, na terça-feira, o presidente do Assaí Atacadista, Belmiro Gomes, ressaltou que a avenida é “uma ótima localização, não apenas para os moradores de Santo André, mas também para os municípios vizinhos da região onde a loja está localizada” – como São Caetano e Mauá. Foram investidos R$ 14 milhões na nova loja, que possui 5.000 metros quadrados de área de vendas.

Economista da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Thiago Berka afirmou que os atacarejos costumam ter grande número de contratados. “Isso porque o número de empregados de varejo está ligado ao metro quadrado. Como essas lojas têm operações grandes, você tem maiores contratações.”

Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que, em outubro, o setor que mais fez contratações foi o comércio, com abertura de 417 postos de trabalho na região – número inferior, por exemplo, às vagas disponibilizadas com o Assaí da Avenida dos Estados.

Expectativa do setor é de crescimento em 2019

A expectativa dos setores de varejo e de supermercados é de crescimento da atividade econômica para o próximo ano. As entidades que representam a área acreditam que a recuperação da economia deve impactar nas vendas e, consequentemente, na geração de empregos.

A Apas (Associação Paulista de Supermercados) tem expectativa de fechar 2018 com crescimento de 2,8% nas vendas em relação ao ano passado. Para 2019, a expectativa é a de que este número fique próximo dos 3%.

“A indústria deve crescer mais, porque está com base mais baixa. Com algumas reformas, como a trabalhista, o novo governo (de Jair Bolsonaro, PSL) deve trazer ânimo para a economia. O consumidor também deve ter mais opções de formatos de compras”, afirmou o economista da associação Thiago Berka.

Assessor econômico da Fecomercio-SP, Jaime Vasconcellos pontua que o empresário do setor ainda precisa de um crescimento mais substancial para recuperar a sua capacidade financeira. Até agosto, a área de comércio varejista teve alta de 2,5% nas vendas no Grande ABC. “O setor ainda precisa de um crescimento duradouro e isso vem acontecendo, mas de uma forma mais tímida, já que o varejo passou por retração forte e deve demorar para ter mesmo nível de empregabilidade antes da crise (foram 298 vagas geradas em setembro na região). A perspectiva é a de que em 2019 este crescimento se acentue com maiores impactos no emprego com carteira assinada.”




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