O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou seu discurso na festa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em comemoração ao Dia do Trabalho, nesta terça-feira, no centro de São Paulo, para criticar o apoio público de artistas baianos ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), ameaçado de ter seu mandato cassado pela participação na quebra de sigilo do painel de votação secreta da Casa.

Lula disse que não se pode confundir a figura de ACM com o povo baiano e defendeu que a cassação do parlamentar não seria uma ofensa ao Estado, “como aqueles artistas deixaram a entender”. Nesta segunda, ACM recebeu, na sede do governo baiano, o apoio público da cantora Gal Costa, da escritora Zélia Gatai, do ex-piloto da Fórmula 1 Émerson Fittipaldi, do cantor Ricardo Chaves e de todo o time do EC Bahia.

As lágrimas derramadas pelo senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) em seu discurso de defesa no plenário do Congresso também foram motivo das críticas de Lula. “Se a moda pega, nenhum bandido vai mais para a prisão neste país”, afirmou o líder petista em se discurso no Vale do Anhangabaú.

Lula pregou também uma maior politização da data do 1º de maio, afirmando que os trabalhadores devem ter consciência sobre as lutas da classe no passado. “Precisamos lembrar que há 100 anos pessoas foram enforcadas defendendo conquistas trabalhistas que nós temos hoje”, discursou.

Aclamado - Apesar de não confirmar se vai ou não sair como candidato à Presidência da República nas eleições de 2002, Lula foi chamado de "futuro presidente" na manifestação da CUT, ocorrida no Vale do Ananhangabaú.

Depois de discursar frente a cerca de 200 mil pessoas, Lula encerrou com um suspeito "vamos rumo à vitória".

Perguntado se a frase de ordem referia-se à sua candidatura em 2002, Lula desconversou e afirmou que pregava a vitória dos trabalhadores em suas reivindicações.

Limpeza - A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), também discursou na festa da CUT e voltou a pregar o chavão da “limpeza da corrupção com creolina”, bastante usado em sua campanha na eleição para o executivo paulistano.

Marta também teceu críticas ao apoio de artistas e personalidades baianas ao senador Antonio Carlos Magalhães. A petista disse lamentar que pessoas tão populares defendam ACM na violação do painel e afirmou ter convicção sobre o desejo do povo na cassação do mandato do cacique pefelista.