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Mercedes contra 600 temporários para 2019
Yara Ferraz
05/12/2018 | 07:30
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Com expectativa de aumentar o volume da produção de caminhões para o próximo ano, a Mercedes-Benz anunciou ontem que deve contratar 600 colaboradores temporários. Na primeira etapa, serão 400 trabalhadores (sendo 375 para São Bernardo e mais 25 para a planta de Juiz de Fora, em Minas Gerais), que começam a atuar na produção em janeiro de 2019. As outras 200 vagas devem ser preenchidas em abril (todas elas em São Bernardo), caso a expansão do mercado de caminhões seja mantida.

A montadora retorna o segundo turno da linha de caminhões, excluído desde 2014 e também inicia o terceiro turno para a produção dos agregados (motores, peças etc).
De acordo com o presidente da Mercedes do Brasil e CEO América Latina, Phiilipp Schiemer, a expectativa é a de que a produção tenha crescimento de 20%. A empresa está otimista com a retomada do mercado de caminhões – de acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), foram vendidas 68.824 unidades de pesados até novembro deste ano no País, alta de 49,96% – e acredita em melhora para o próximo ano.

“Este aumento da demanda teve impulso maior no segundo semestre. No primeiro foi bom, mas tivemos danos por conta da greve dos caminhoneiros. Agora voltou a crescer e está ganhando mais impulso. Estamos otimistas que os setores de agronegócios e de varejo cresçam no próximo ano e, com isso, a confiança do consumidor. Acreditamos que quando a economia é retomada, as fábricas e supermercados vão comprar caminhões, até porque temos demanda reprimida dos últimos anos”, afirmou o executivo, destacando que a capacidade ociosa das plantas, que chegou a 60%, também foi reduzida, para 40%, em média.

Os 400 horistas temporários estão em processo de seleção pela empresa, que já recebeu 12 mil currículos. Dentre as vagas disponíveis estão incluídas 70 para aprendizes do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), sendo 30 para pessoas com deficiência auditiva.

Mais informações sobre as vagas estão disponíveis no site da Mercedes (https://www.mercedes-benz.com.br/institucional/carreira/profissionais), onde há opção para que os interessados realizem o cadastro. Os temporários serão contratados por um ano, podendo ter o período prorrogado por mais 12 meses, com chances de contratação efetiva.
As contratações foram negociadas entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Temos um mapeamento da produção, no qual há alguns termômetros e notamos, conversando com os trabalhadores, que as pessoas já começam a ter dificuldades para tirar folgas, ou uma carga maior de trabalho, por exemplo. Existe de fato esta demanda e tudo indica que no próximo ano ela deva continuar, se tudo der certo”, disse o diretor da entidade Moises Selerges.

INVESTIMENTOS
No último ano, a empresa anunciou investimentos de R$ 2,4 bilhões entre 2018 e 2022, sendo que até 2019 metade deste contigente já estará realizada. “Nosso foco será a segunda fase da indústria 4.0 em São Bernardo. Também estamos preparando a área logística, reduzindo o número de armazens e otimizando alguns espaços da unidade”, disse Schiemer.

Montadora intensifica exportações
Com a crise na Argentina, o volume de exportações da Mercedes-Benz foi reduzido de 40% para 30% do total da produção. Em busca de balancear a situação, a empresa intensificou operações com outros países da América Latina, além da Alemanha, que é a sua origem.

De janeiro a novembro deste ano, houve queda de 17,7% na exportação de caminhões, com 10.876 unidades. Sem, considerar a Argentina, esse número fica em 30,4% positivo, impulsionado principalmente por Chile e Peru.

“Achamos que a crise na Argentina atingiu o pico e após o segundo semestre de 2019 comece a voltar as exportações, mas não no mesmo ritmo que estávamos em 2017. Este é um problema nosso e de outras empresas. Felizmente temos demandas em outros mercados que compensam parcialmente”, afirmou o presidente da Mercedes e CEO América Latina, Philipp Schiemer.

Já o segmenrto de motores, por exemplo, teve alta de 129%, com recorde de exportações para países como Alemanha e México, totalizando 7.100 unidades. A perspectiva é a de que no próximo ano este número chegue a 10 mil.  




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