Nacional Titulo
Governo faz maior levantamento geofísico da Amazônia
Do Diário do Grande ABC
17/02/2000 | 17:33
Compartilhar notícia


O governo federal vai realizar o mais amplo levantamento geofísico da Amazônia para conhecer com detalhes a potencialidade mineral da regiao. A Companhia de Pesquisa de Recursos Mineirais (CPRM), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, assinou nesta quinta-feira um contrato de R$ 2,9 milhoes com a empresa Geomag S.A Prospecçoes Aerogeofísicas para realizar um levantamento aéreo de duas áreas da regiao. Foi o primeiro contrato de uma série e até 2005 o governo quer mapear com detalhes toda a situaçao geológica da Amazônia.

Desde o projeto Radam, da década de 70, nao foi feito nenhum tipo de intervençao na regiao, considerada a mais promissora fronteira para a descoberta de novas jazidas minerais em todo o mundo. "Este programa constitui um marco histórico no conhecimento da Amazônia", afirmou o secretário de Minas e Metalurgia do Ministério, Luciano Borges. Com este levantamento o Ministério quer fomentar investimentos em mineraçao, pois os demais países amazônicos apresentam aos investidores informaçoes detalhadas do potencial mineral.

Segundo o secretário, a regiao continua virtualmente desconhecida em relaçao ao seu potencial mineral concreto. Ele explicou que o levantamento do Projeto Radam, feito por meio de satélites, é considerado um marco, mas tecnicamente já está ultrapassado, pois promoveu um conhecimento apenas superficial da regiao.

Ao todo, serao vasculhadas as propriedades minerais de 1 580 milhao de quilômetros quadrados do Escudo Amazônico, que abrange todos os Estados da regiao, onde existe a potencialidade de se encontrar jazidas minerais. Este ano estao previstas pesquisas em 340.000 quilômetros quadrados, em 2001 em mais 535.000 quilômetros quadrados e, por fim, em 2002 mais 705.000 quilômetros quadrados. Os dados ficarao disponíveis em CD-ROM para a indústria mineral logo depois da conclusao de cada levantamento.

Segundo o secretário, o trabalho também será útil para que a CPRM levante o potencial petrolífero das bacias sedimentares amazônicas.

Assim, disse Borges, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) poderá valorizar os futuros blocos para concessoes na regiao. No setor mineral, o levantamento permitirá que as empresas minerais tenham elementos para fazer pesquisas minerais.

Sem a aerogeofísica, disse Borges, o mapeamento geológico da Amazônia demandaria cerca de 400 anos para ser finalizado. Nas áreas já consideradas distritos ou províncias minerais a aerogeofísica deve ressaltar o potencial. Nas demais, será o primeiro passo do conhecimento geofísico e geológico para as pesquisas minerais.

O contrato assinado nesta quinta-feira prevê levantamentos em duas áreas do extremo oeste do Amazonas e outra em Roraima, totalizando 82.000 quilômetros quadrados. O levantamento geofísico será feito por equipamentos digitais, embarcados em avioes que voarao a cerca de 100 metros de altura a uma velocidade de 220 quilômetros por hora. Levantamentos semelhantes já foram feitos no Canadá e na Austrália.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;