O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), acionou sua 'metralhadora' de críticas em direção ao governo Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a apresentação do balanço financeiro de sua administração em 2004, nesta quinta-feira, ele afirmou que Lula e sua equipe possuem uma impressionante "sanha (ira) arrecadatória". "Na sua sanha arrecadatória, o governo federal promove uma verdadeira sangria de tributos, que não são partilhados com Estados e municípios", disse.

Para Alckmin, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um imposto que representa esse desejo do governo federal. De acordo com números apresentados pelo governador, em 1996 a União ficava com 66,88% do ICMS recolhido em São Paulo e o Estado com apenas 33,2%. Já em 2004 estes números saltaram para 74,3% (governo federal) e 25,7% (Estado).

Na opinião do governador tucano, partido que faz dura oposição ao governo Lula, é possível aumentar a arrecadação sem que haja uma verdadeira "sangria" tributária. "Estamos pagando religiosamente nossas dívidas sem aumentar a carga tributária."

A declaração de Geraldo Alckmin acontece em um momento que petistas e tucanos trocam acusações. Nesta quarta-feira, durante uma série de discursos no município de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, Lula disse que pegou o Brasil em 2002 "depois de um vendaval, como aquele que deu na Ásia" – referência às 'tsunamis' que devastaram o sul da Ásia no dia 26 de dezembro do ano passado e vitimou aproximadamente 280 mil pessoas.

A declaração foi rebatida imediatamente pelo líder do PSDB no Seando, Arthur Virgílio (AM). Ao saber das palavras de Lula, o parlamentar pediu para que Lula pare de falar bobagens. "Lula tem que parar de falar bobagem e de culpar o governo passado pela inércia de seu governo. Houve mesmo um vendaval em 2002, mas causado pela perspectiva de sua eleição, todo mundo sabe disso."