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Micros vão receber R$ 100 mi de estímulo à inovação
Do Diário do Grande ABC
30/06/2010 | 07:07
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A CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o Ministério da Ciência e Tecnologia vão investir cerca de R$ 100 milhões nos próximos três anos para capacitar empresários a desenvolver projetos de inovação nas indústrias. O objetivo é formar núcleos de apoio à inovação nas federações das indústrias de 20 Estados brasileiros, beneficiando cerca de 1.600 empresas inicialmente. O Grande ABC, por ser uma região com economia fortemente industrial, deve ganhar com a iniciativa.

Para o diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Mauro Miaguti, o projeto deve contribuir para desmistificar a ideia de que inovar é caro e que apenas as grandes indústrias obtêm acesso à tecnologia. "Quando se fala em tecnologia, o pequeno empresário acha que terá custo, que vai gastar muito. Um dos pontos importante do projeto é mostrar que isso pode ser realizado nas pequenas."

Segundo Miaguti, muitas vezes o industrial desconhece o assunto e promove melhorias no próprio produto sem nem ao menos saber que está aprimorando sua tecnologia. "A inovação ocorre de muitas formas, seja na mudança de design do produto, na embalagem ou na alteração de sua fórmula para aumentar a validade e deixá-lo mais competitivo. Isso é considerado inovação."

Com o incentivo ao desenvolvimento de projetos de inovação, as empresas da região devem ganhar mais competitividade. "Você vai ter um produto diferenciado e melhor desenvolvido. A partir do momento em que se aprende o mecanismo da aplicação da tecnologia, isso passa a ser automático, é um processo de melhoria contínua", afirma o diretor titular do Ciesp de São Caetano, William Pesinato.

Dessa forma, a economia da região também se fortalece. "Pode ser que, com esse projeto, a pequena indústria desenvolva e torne competitivo um produto que determinada montadora precisava comprar de fora. Assim, haverá benefícios para os dois lados: custo menor para o comprador e incentivo para a pequena empresa", considera Miaguti.

O mercado de trabalho também deve ganhar. "Além de gerar empregos, essa iniciativa deve melhorar a qualidade da mão de obra, porque você vai treinar funcionários de forma diferente", diz Pesinato.

DESAFIO
Para o diretor do Ciesp de São Bernardo, o grande desafio é fazer com os benefícios cheguem até as micro e pequenas indústrias. "A grande dificuldade é a viabilização do projeto, fazer com que ele chegue na ponta. Dinheiro para inovação sempre existiu, mas é preciso criar mecanismos para facilitar o acesso a esses recursos. Se as grandes empresas já têm dificuldade, imagine as micros", conclui Miaguti.




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