Dólar subindo ou caindo, bolsa em alta ou em baixa, fundos perdendo rentabilidade e poupança batendo recordes de captação. Neste cenário tão turbulento, muitos investidores estão em dúvida sobre qual a melhor aplicação para o seu bolso. Quem não sabe o que fazer deve, de pronto, manter a calma para não tomar qualquer atitude precipitada. Depois, a dica é escolher as opções que mais se adequam ao seu perfil e a sua expectativa com relação à economia.

O economista, professor titular da Universidade Federal do Paraná e autor do livro Investimentos – Como Administrar Melhor o seu Dinheiro, Mauro Halfeld, explica que existem dois tipos de investidores: o pequeno, que ainda está fazendo sua reserva de emergência; e o grande, aquele que já tem este fundo disponível. Segundo Halfeld, antes de aplicar dinheiro em qualquer modalidade de investimento, o consumidor deve já ter poupado uma quantia equivalente a seis vezes o seu salário mensal, como fundo de reserva para eventuais emergências como desemprego, despesas médicas etc.

A partir desta divisão, o economista explica que os pequenos não devem optar por aplicações de risco. A idéia é manter o dinheiro em modalidades conservadoras, entre elas a poupança, os fundos de investimento e os CDBs (Certificado de Depósito Bancário). Quem possui quantia maior de recursos deve diversificar sua carteira e investir também em ações, dólar, imóveis e ouro. “Nunca coloque todos os ovos na mesma cesta”, ensina Halfeld.

Entre as modalidades com sinal verde para os próximos meses, o economista destaca ações e imóveis. Segundo ele, os papéis das empresas estão com preços baixos neste momento, mas a expectativa é que voltem a se valorizar. Para investir em ações, no entanto, é preciso ter cautela. A orientação do economista é aplicar pequena quantidade todos os meses e pensar sempre no longo prazo, de dois a três anos.

Já os imóveis são a aposta de Halfeld para o próximo ano. De acordo com ele, a modalidade não oferece risco e deverá apresentar boa rentabilidade. Isso porque os juros, na opinião do professor, estão em patamares irreais e devem cair nos próximos meses. “Se as taxas não caírem por bem, vão cair por mal. A dívida pública está batendo no teto e o governo não terá como sustentar os juros altos.” Desta maneira, os aluguéis passarão a render mais que as aplicações financeiras.

O sinal amarelo do economista vai para os fundos de investimentos e CDBs. Os fundos apresentam atualmente rentabilidade variável por conta da marcação a mercado. Já os CDBs estão voltados apenas aos investidores com mais de R$ 30 mil disponível para a aplicação.