Se de um lado os fabricantes projetam motores cada vez mais modernos para atender às leis que determinam a quantidade de gases poluentes permitidos pela combustão a partir da mistura ar/combustível, de outro o chamado “carro reciclável” ganha espaço em todas as partes do mundo, em uma iniciativa que parte do fabricante, sem exigências ou fiscalização governamental.
Neste sentido cresce, dia a dia, a busca pelo fim dos “cemitérios” de automóveis, onde normalmente vão parar os veículos ao final de seu ciclo útil. Há mais de 15 anos, um dos bons exemplos da iniciativa da indústria em favor do “carro reciclável” foi apresentado durante uma das edições do Salão Internacional de Genebra. Com a linha Scorpio, a Ford Europa dava provas da adoção do importante conceito de reciclagem de peças, aderindo à crescente participação da indústria em defesa do meio ambiente.
Naquela época, todas as peças de plástico da linha Scorpio, com peso superior a 100 g, eram identificadas com um código para que pudessem ser reaproveitadas ao final da vida útil do automóvel. As novidades ecológicas incorporadas ao modelo da Ford não impediram, e muitos menos prejudicaram, as inovações pretendidas em termos de estilo, ampliando o conforto e melhorando o nível de dirigibilidade.
Nasceu, inclusive, um modelo station wagon com frente de design mais limpo e aerodinâmico, e uma traseira marcada por superfície envolvente, em função da aplicação de vidros. A station wagon, assim como os demais automóveis, possuíam uma série de peças recicláveis convivendo harmoniosamente com uma carroceria. Esta, por sua vez, passou a ser produzida com nova estrutura que permitia o transporte, no teto, de bagagem de até 100 kg, aplicados diretamente na chapa ou colocada no bagageiro.
Felice Cornacchia, formado em Engenharia Mecânica e Aeronáutica, responsável pelo projeto, em 1960, da primeira carroceria para veículo com tração dianteira, ocupou nos anos 80 o cargo de consultor da Fiat para os novos estudos relativos ao meio ambiente. Na ocasião, ele afirmou que “na Europa se recuperavam os metais, que representavam 75% do peso de um carro, enquanto os 25% restantes, compostos de materiais plásticos, pneus e vidros, não eram devidamente reciclados”.
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