O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, empregou um discurso cauteloso sobre o possível nome da esquerda na sucessão presidencial de 2002, mas demonstrou confiança no confronto com o que ele chamou de "modelo neoliberal" vigente no país. "Só perderemos as eleições se não quisermos ganhar", afirmou Lula neste domingo, em Porto Alegre, durante a cerimônia de filiação de ex-pedetistas ao PT.

Lula lembrou que pesquisas de opinião feitas recentemente apontam que o povo não está satisfeito com o "modelo neoliberal" de Fernando Henrique e afirmou que só o PT tem uma candidatura individual forte em todo o país até agora - sem citar seu próprio nome. A oposição, segundo Lula, passa por um momento "mais tranqüilo" que o governo.

Ainda é cedo para lançar nomes, segundo Lula. Ele disse que o momento é de "prudência" e "cautela", pois os outros partidos ainda não têm candidatos certos. Lula quer saber ainda quais serão os "governadores candidatos" que vão aparecer na disputa de 2002.

Lula admitiu que uma nova chapa com Leonel Brizola foi cogitada depois da derrota em 98, mas reconheceu que essa articulação dificilmente emplaca para outra eleição.

Brizola, aliás, não foi a figura mais prestigiada na filiação dos 230 ex-pedetistas que migraram oficialmente neste domingo para o PT. O próprio filho de Brizola, José Vicente Brizola, figura entre os dissidentes da legenda.

Um companheiro antigo de Brizola, Sereno Chaise, afirmou que o ex-governador vai ficar no PDT para "apagar a luz" do partido. Ele lembrou da debanda de todos os deputados do PDT no Rio para citar o isolamento do cacique pedetista.