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Opinião pública israelense debate entrevista de Sharon
da AFP
10/01/2003 | 12:32
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O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon rompeu o silêncio esta quinta-feira para rebater as acusações de corrupção contra ele, mas ainda não se sabe se conseguiu convencer a opinião pública, que esta sexta-feira continua debatendo a interrupção sem precedentes da transmissão de sua entrevista coletiva por ordem de um juiz.

A interrupção provocou uma nova polêmica, depois dos escândalos de corrupção que afetam o partido Likud antes das eleições legislativas de 28 de janeiro.

A imprensa israelense condena o comportamento do primeiro-ministro, considerando que suas explicações são muito vagas para acabar com o escândalo do "Sharongate".

Segundo o jornal Yediot Ajaronot, Sharon "perdeu uma oportunidade única de pedir desculpas", ao fazer uma acusação "histérica" ao invés de esclarecer as dúvidas.

O jornal afirma que Sharon revelou sua verdadeira face ao utilizar uma linguagem brutal, que havia evitado nos dois anos de governo.

Sharon chamou as acusações de corrupção contra ele de "calúnias desprezíveis", respondendo dessa maneira a notícia do jornal Haaretz sobre um empréstimo de 1,5 milhão de dólares que teria recebido de um empresário sul-africano para reembolsar as contribuições ilegais obtidas para sua campanha durante as primárias do Likud em 1999. ,p> O caso, que está sob investigação judicial, colocou Sharon e seus dois filhos, Omri e Guilad, no banco dos réus.

Depois de se apresentar como um homem honesto de modestos recursos, o primeiro-ministro disse que não estava a par do empréstimo e acusou os trabalhistas, especialmente o líder Amram Mitzna, de desejarem chegar ao poder "de qualquer maneira", sobretudo manchando a imagem do Likud.

Logo depois, a transmissão ao vivo por rádio e televisão da entrevista foi interrompida subitamente por decisão do presidente da Comissão Central Eleitoral, o juiz Michael Heshin, que considerou as declarações de Sharon "propaganda política".

O Likud denunciou a medida esta sexta-feira e convocou a Comissão para sábado à noite. O Partido Trabalhista também convocou a Comissão para pedir uma reparação, alegando que Sharon usou seu cargo para fazer propaganda eleitoral.

De acordo com uma pesquisa divulgada esta sexta-feira pelo jornal Maariv, 43% das pessoas entrevistadas acreditam que Sharon está "envolvido" nos escândalos, contra 31% que pensam o contrário e 26% que não opinaram a respeito. As entrevistas foram realizadas antes da entrevista de Sharon.

Por outro lado, a pesquisa também revela que os israelenses continuam muito mais preocupados com os atentados palestinos do que com os escândalos e casos de corrupção no governo.




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