Na pista de descida da Via Anchieta o ônibus segue a 90 km/h, velocidade limite da estrada. À frente, uma van vai no mesmo sentido, porém, em velocidade bem menor, e a aproximação entre ambos é rápida, mas o motorista do coletivo parece ignorar o risco de colisão. Um sinal sonoro dá o aviso, mas ele parece recusar-se a colocar o pé no pedal de freio. O som se intensifica e a batida parece inevitável, mas o veículo ‘percebe’ o perigo e, de forma autônoma, reduz a velocidade até o ponto de, se necessário, parar o ônibus antes que o pior aconteça.
A cena foi vivenciada pela equipe de reportagem do Diário a bordo de um ônibus da linha O 500 da Mercedes-Benz. Ocorreu durante demonstração técnica do sistema de piloto automático adaptativo, chamado pela empresa de ACC.
Os sensores instalados na dianteira do veículo ajudam o motorista a manter o ônibus numa distância segura em relação ao veículo que vai à frente. Em caso de emergência, como o simulado durante o teste vivenciado pela equipe de reportagem, se o condutor não reagir, o sistema entra em ação, freando ou acelerando automaticamente o veículo para evitar o impacto.
O ACC se desabilita a uma velocidade menor que 15 km/h. Independentemente de sua ativação, o motorista tem total autonomia para acelerar ou frear, bastando usar os pedais para isso. Ou seja, o condutor tem sempre o domínio do veículo.
O ônibus, repleto de tecnologia, traz a bordo uma série de outros componentes. Entre eles sistema que avisa caso o motorista venha a ‘comer’ a faixa. Uma câmera instalada no para-brisas do veículo orienta o condutor e, caso ocorra mudança de faixa sem que seja sinalizada por seta, dispara outro sinal sonoro.
Além de itens relacionados à segurança, o ônibus ainda traz inovações no sentido de minimizar a poluição do ar. “As emissões deste veículo equivalem a um comprimido de antiácido”, explica Orlando Zebini, integrante da engenheiro de marketing da montadora alemã. Isso ocorre em razão do enorme catalizador instalado próximo ao motor.