"Precisamos recriar a confiança dos investidores diretos, dos que querem associar-se a esta nova etapa da recuperação da competitividade e do vigoroso crescimento da economia argentina", destacou.
Considerando que seu país continua sendo um bom receptor de investimentos apesar da crise atual, Cavallo disse que a Argentina "não pedirá uma ampliação da ajuda financeira internacional, porque não precisa". "Em breve teremos muitos recursos", frisou.
Por isso, o ministro argentino não fez ao governo espanhol nenhum pedido de apoio financeiro adicional ao já proporcionado pela Espanha, que foi o primeiro país em prometer US$ 1 bilhão, em fevereiro passado, ao pacote de ajuda de urgência de US$ 40 bilhões acertado em favor da Argentina pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Cavallo foi recebido para um café da manhã pelo presidente José María Aznar e, posteriormente, encontrou-se com o vice-presidente e ministro da economia, Rodrigo Rato, antes de entrevistar-se também com alguns empresários interessados em investir na Argentina.
Depois de informar que o programa econômico argentino "está sendo cumprido, o ministro disse que o governo do presidente Fernando de la Rúa "vai reverter a situação" e vai conseguir sair da crise "através da Lei de Competitividade".
Cavallo acredita que os diversos pontos da Lei "serão aprovados" pela Câmara de Deputados e depois pelo Senado, porque os cidadãos argentinos querem "que o Executivo conte com os poderes necessários para seguir adiante".
Este programa de competitividade foi classificado pelas autoridades argentinas como um programa de "emergência" para tirar o país de 33 meses de recessão.
Fontes espanholas e argentinas explicaram que Aznar expressou a Cavallo sua "confiança" de que a Argentina se recupere rapidamente da crise, reiterando a "aposta estratégica" da Espanha pela América Latina.
Tendo em conta que a Espanha é o primeiro investidor europeu na Argentina, com um total de US$ 35 bilhões investidos na última década, Cavallo falou a seus interlocutores espanhóis de sua intenção de aplicar um conjunto de medidas alfandegárias para "manter e fomentar os investimentos".
Cavallo está convencido que com seu plano o país possa recuperar a competitividade sem a necessidade de fazer desvalorizações, "sem tocar a Lei de Conversibilidade".
O ministro argentino definiu, na quarta-feira passada, em Buenos Aires, uma "Lei de competividade" destinada a dar ao governo os meios de "tirar o país da recessão, que se transformou em depressão econômica", sem afetar a paridade cambiária do peso argentino com o dólar, que o próprio Cavallo instituiu há 10 anos.
Além do que foi conversado com Aznar, Cavallo analisou com Rato os pontos pendentes para a concretização do plano de saneamento preparado pela espanhola Sociedade Estatal de Participações Industriais (Sepi) sobre a gestão e o futuro da Aerolíneas Argentinas, empresa em que esta Sociedade controla 85%.
A Sepi pediu um mês de prazo para aplicar com urgência seu plano de viabilidade na companhia argentina - originalmente destinado a evitar a falência da empresa-, que no ano passado teve prejuízo de US$ 300 milhões.
"Dentro das regras do jogo e do plano de competitividade, o governo apoiará a Aerolíneas Argentinas para que possa operar para o futuro", assegurou Cavallo.
Por sua vez, Rato destacou o inalterável apoio que a Espanha dá a Argentina, expressando a confiança de seu governo num "futuro de sucesso" para os argentinos.
"Reconhecemos os esforços de sua sociedade e de seu governo e acredito que a Argentina terá êxito no futuro por sua capacidade de mobilidade", destacou Rato. "É importante" - afirmou - que a Argentina "tenha o apoio necessário" para assegurar sua estabilidade macroeconômica.
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