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Excesso de açúcar mata mais de três milhões de pessoas por ano
Da AFP
09/11/2006 | 19:38
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Mais de três milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo, vítimas de uma excessiva concentração de glicose no sangue, de acordo com uma pesquisa que será publicada na edição de sábado da revista médica britânica The Lancet.

Destas mortes, 960 mil se devem diretamente ao diabetes, e 2,2 milhões são resultado de transtornos cardiovasculares causados pelo excesso de açúcar, acrescenta o estudo.

O excesso de glicose no sangue mata 3,16 milhões por ano, ou seja, três vezes mais do que as mortes diretamente atribuídas ao diabetes em 2001.

Às vésperas do Dia Mundial do Diabetes, que se celebra em 14 de novembro, os pesquisadores consideram que estes números são comparáveis às mortes anuais causadas pelo cigarro (4,8 milhões), colesterol alto (3,9 milhões) e sobrepeso e obesidade (2,4 milhões).

Os dados falam por si. Cerca de 1,5 milhão de mortes por infartos de miocárdio (ou seja, 21% do total) e 709.000 mortes por Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) podem ser atribuídas a um elevado índice de glicose no sangue, ainda que demasiado baixo para se falar em diabetes, de acordo com a equipe de Goodarz Danaei e Majid Ezzati, da Harvard School of Public Health, nos Estados Unidos.

A maioria destas mortes é registrada em países com recursos escassos ou médios, acrescentaram os cientistas, que analisaram as taxas de glicose sanguínea em 52 países.

Em relação ao infarto, o sul da Ásia é a região mais atingida, com 548.000 mortes, seguida da Europa e da Ásia Central (313.000). O sul asiático também lidera a lista de falecimentos por AVC (215.000).

"Uma taxa de glicose mais elevada do que o nível ideal é uma das principais causas de mortalidade cardiovascular em várias regiões do mundo", concluem os especialistas.

A Federação Internacional do Diabetes estima que 194 milhões de pessoas estavam doentes em 2003 e que, até 2025, quase 350 milhões morreram desta enfermidade, sobretudo nos países pobres.

Este quadro está previsto, embora o diabetes mais comum (de tipo 2), que se caracteriza por altos níveis de açúcar no sangue quando o corpo não responde corretamente à insulina, possa ser reduzido consideravelmente se as pessoas em situação de risco mudarem seus hábitos durante um longo período, de pelo menos quatro anos.

Segundo um estudo finlandês publicado na Lancet, as pessoas propensas a desenvolver a doença devem praticar exercícios físicos moderados, modificar sua alimentação, aumentando as fibras e reduzindo gorduras, além de perder peso.




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