Para aprovar as reformas da Previdência e tributária dentro do calendário estabelecido pelo Palácio do Planalto, o governo contabiliza os votos do PMDB, que tem 22 senadores, além do senador Gerson Camata (ES) que, apesar de continuar sem partido, está incluído nos cálculos dos governistas. A única dificuldade ainda é o senador Francisco de Assis Moraes Souza, o Mão Santa (PMDB-PI), que tem resistido aos apelos de apoiar o governo nas votações das reformas.

As negociações com o senador Sergio Cabral (PMDB-RJ) estão avançadas, tanto que ele já participou de reuniões políticas no Palácio do Planalto, normalmente restritas aos líderes. Além disso, o governo manteve a proposta do FDR (Fundo de Desenvolvimento Regional) que contempla com recursos a região noroeste do Rio de Janeiro. Segundo interlocutores do governo, o momento exige habilidade nas negociações políticas, sobretudo do líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), para atrair setores do PSDB e do PFL.

Nas conversas reservadas, o líder do partido, senador Arthur Virgílio (AM), vem mostrando disposição de aprovar as reformas, apesar de estar unido ao PFL na estratégia de tentar até o último momento alterar os relatórios.

Os governistas contam também com dissidências dentro do PFL, dividido entre os grupos do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), que assume uma posição mais radical, e do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), convocado sempre pelos líderes governistas em momentos de dificuldades tanto na Câmara quanto no Senado. O líder do PFL, senador José Agripino (RN), segundo aliados do governo, tem sido hábil nas negociações, além de ter bom trânsito com o grupo de ACM e com os governadores de Sergipe, João Alves, e da Bahia, Paulo Souto.