Os advogados de Jean-Christophe Mitterrand admitiram nesta sexta-feira que seu cliente recebeu US$ 1,8 milhao que foram depositados em uma conta na Suíça. O filho do ex-presidente socialista da França, François Mitterrand, foi preso por causa de um processo por tráfico de armas com a Africa na noite desta quinta-feira na prisao de la Santé, em Paris.

Ele foi acusado de 'cumplicidade em comércio ilícito de armas, tráfico de influência de pessoa investida de uma missao a serviço público, prevaricaçao e tráfico de influências'. Além disso, as acusaçoes caem sobre o fato de ele ter aproveitado suas relaçoes como representante de seu país na Africa, quando seu pai era presidente da França, para facilitar vendas ilícitas do traficante de armas Pierre Falcone à Angola.

O advogado de Jean-Christophe Mitterrand, Jean-Pierre Versini-Campinchi, disse nesta sexta-feira que o depósito de 1,8 milhao de dólares recebidos por seu cliente numa conta na Suíça 'nao tem nada a ver com tráfico de armas'. Segundo o jornal Le Monde desta sexta-feira, os disquetes que foram apreendidos pela polícia revelam que Brenco, a empresa de Falcone, fez quatro depósitos em 1997 e 1998 a uma conta numerada no banco Darler de Genebra.

Um pedido de habeas corpus foi apresentado nesta sexta-feira pelos advogados de Mitterrand e será examinado nos próximos dias pela Corte de Apelaçoes.

A presidência angolana assegurou que nao estava a par do maior escândalo dos últimos dias na França. 'Nao sabemos, nao temos nada a dizer', limitou-se a declarar Waldemiro da Conceiçao, porta-voz do presidente angolano.

Entre as personalidades ligadas ao escândalo, estao o escritor e empresário Jean-Loup Sulitzer; o ex-conselheiro pessoal do presidente François Mitterrand, Jacques Attali; o ex-redator-chefe do jornal comunista La Marsellaise e ex-diretor geral da Rádio Montecarlo, Jean-Noel Tassez; o deputado europeu Jean-Charles Marchiani e o milionário Arcadi Gaydamak.