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EUA realizam primeiro enxerto de pele artificial
Do Diário do Grande ABC
12/01/1999 | 15:25
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Uma equipe médica da Flórida enxertou pela primeira vez pele artificial, produzida graças a engenharia genética, em um bebê de oito semanas que sofre de uma doença de pele hereditária. O médicos do Jackson Memorial Hospital, em Miami, estao substituindo a pele da criança de 2 meses, usando um produto feito a partir da combinaçao da pele do prepúcio com colágeno de vaca.

Tori Cameron, de Boca Ratón, nasceu dia 12 de novembro com epidermólise bolhosa, uma doença genética que afeta mais de 100 mil crianças dos Estados Unidos. A doença deixa a pele tao sensível que a mais suave fricçao pode provocar bolhas e úlceras similares às de uma queimadura de segundo grau.

A cirurgia de 15 minutos foi realizada segunda e é apenas uma das diversas a que Tori deverá ser submetida nos próximos meses. Até agora foi coberto 40% do corpo da menina com a pele chamada Apligraf. O produto já havia sido utilizado na cicatrizaçao de feridas ou úlceras venosas. Mas essa foi a primeira vez que se empregou em um caso patológico diferente, explicou o médico Lawrence Schachner, professor de pediatria e dermatologia da Escola de Medicina da Universidade de Miami.

``Esperamos que a nova pele assuma o controle e ensine as células epiteliais do bebê a comportar-se normalmente', declarou o médico William Eaglstein, chefe da catedra de dermatologia da mesma escola. Os bebês afetados pela doença que sofre Tori carecem de células necessárias que faz com que a pele barre a entrada de bactérias.

A pele do enxerto, produzida a partir do tecido do prepúcio de bebês e de colágeno de vaca, foi aprovada pela Administraçao de Drogas e Alimentos (FDA) em 1980 para ser usada no tratamento de úlceras nas pernas. Foram aplicados em Tori entre 15 e 20 emplastros de Apligraf de um mesmo doador. Podem-se produzir 200 mil unidades do produto a partir de um pedaço de tecido do tamanho de um selo. Cada emplastro custa US$ 975.

A médica Ana Falabella, professora assistente de dermatologia da universidade, declarou que espera-se que com o tratamento a pele da menina se regenere. ``O que foi feito representa um avanço terapêutico incrível', disse o médico Schachner. ``Nao há na verdade um outro tratamento para a doença.' Tori nasceu com 70% do corpo cheio de bolhas, provocadas pela doença.




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