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Operaçao Mandacaru faz primeiras prisoes em PE
Do Diário do Grande ABC
30/11/1999 | 17:09
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A Operaçao Mandacaru fez nesta terça-feira as duas primeiras prisoes durante o trabalho de erradicaçao de pés de maconha no sertao pernambucano. Nos dois primeiros dias, a Polícia Federal incinerou 166.500 pés da erva, destruiu 11 sementeiras e apreendeu 60 quilos da droga pronta para consumo nos municípios de Orocó e Belém do Sao Francisco, integrantes do chamado Polígono da Maconha. Também foram apreendidas quatro armas e muniçao de posse dos dois agricultores presos.

Antônio Viana de Brito, 55 anos, e seu filho Joao Viana de Brito, 29 anos, foram presos às 5 horas na Ilha Jiquí, no Rio Sao Francisco, em Orocó. Joao tinha um mandado de prisao expedido pela justiça da Paraíba, há dois anos, por posse de 18 quilos de maconha. Ele estava foragido. Seu pai foi autuado em flagrante pelos policiais federais quando enterrava um fuzil calibre 44 e duas espingardas (calibres 12 e 32). Joao tinha uma pistola 765.

De acordo com o agente federal Manoel Lima Monte (PF-CE) que comandou a açao, eles encontraram na Ilha três hectares de plantio de maconha já colhida e muito adubo químico. Ele afirmou ter identificado a área como sendo de maconha pelas características das covas e forma de limpa. Outros três agricultores que se encontravam no local foram algemados, detidos para averiguaçao e liberados depois de prestarem depoimento à Polícia Federal. Valdenício Pereira de Lima, 21 anos,Gildenor Rodrigues Sales, 24, e Romílson Alexandre Frazao, 20, disseram desconhecer plantio de maconha na área e afirmaram trabalhar em roçados de cebola, tomate e feijao. Eles nunca haviam sido presos e estavam dormindo quando a polícia chegou à casa de taipa onde se encontravam.

Os policiais federais chegaram à Ilha Jiquí - uma das maiores do Sao Francisco - de helicóptero e andaram três quilômetros até o sítio onde disseram ter sido colhida maconha. Segundo o agente Monte, também será investigada a informaçao de que os presos poderiam estar atuando em assaltos a ônibus e cargas nas estradas.

Segurança - Além do trabalho de "varredura" que está sendo realizado pela Polícia Federal, a Operaçao Mandacaru também inclui a forte presença da Polícia Militar do Estado e da Polícia Rodoviária Federal na vigilância e fiscalizaçao das estradas na área do Polígono da Maconha que ligam Pernambuco aos Estados da Bahia, Alagoas, Paraíba, Ceará e Piauí. O objetivo, de acordo com o coordenador da Operaçao, general de reserva Gilberto Serra, é dar segurança à populaçao. Ele disse ser importante conquistar a confiança da populaçao para que ela, sentindo-se segura, passe a colaborar mais com as polícias, ajudando a identificar e prender traficantes.

A Operaçao Mandacaru envolve cerca de 1,5 mil homens do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, além das polícia Militar e Civil, Receita Federal, Funai, Ibama e Judiciário. É a maior e mais cara operaçao já realizada pelo Governo Federal na regiao, que é a maior produtora de maconha do País. De acordo com o general Serra, a operaçao pretende resolver o problema da maconha na área. O efetivo policial fica na regiao durante dois meses, mas voltará caso a criminalidade e a produçao de maconha voltem a ocorrer, depois de sua saída.




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