Economia Titulo No Grande ABC
Pequenas firmas vendem 46% mais que há 1 ano

Faturamento de agosto chega a R$ 3,8 bi e supera em R$ 1,21 bi valor do mesmo mês em 2017

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
30/10/2018 | 07:05
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As pequenas firmas do Grande ABC venderam 46,1% mais em agosto do que no mesmo mês do ano passado. Significa que elas faturaram R$ 1,21 bilhão a mais, somando R$ R$ 3,85 bilhões. Trata-se do 11º mês consecutivo que as receitas das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) da região apresentaram crescimento frente ao mesmo mês do ano anterior. Os dados foram divulgados ontem pelo Sebrae-SP, que realiza pesquisa sobre o faturamento das MPEs com recorte regional desde 1999.

De acordo com o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves, o expressivo percentual reflete a melhora lenta e gradual da economia ao longo deste ano, que se mostrou com a recuperação do consumo e inflação sob controle – o que contribuiu para não corroer tanto a remuneração do trabalhador.

Outro fator que justifica o resultado é a base fraca de comparação, pois 2017 registrou o pior agosto, em índice de faturamento, da série histórica para o Grande ABC. À época, as pequenas firmas tinham faturado R$ 2,63 bilhões, valor 8,3% inferior ao obtido no mesmo mês em 2016.

“A forte concentração de indústrias e de segmentos conectados a elas no Grande ABC fez com que a região sofresse muito com a crise, o que resultou em forte perda de empregos e volume menor de recursos circulando na economia. O que agora parece estar mudando”, afirma Gonçalves.

Prova disso é que, de janeiro a agosto, as MPEs faturaram R$ 25,5 bilhões, incremento de R$ 5,4 bilhões (26,9%) sobre os oito primeiros meses de 2017. Na comparação entre agosto e julho, a expansão foi de R$ 879,5 milhões (29,6%). A reação do setor automobilístico contribuiu à movimentação, devido ao aumento do volume de pedidos às fornecedoras de autopeças.

O consultor cita também que a liberação do saldo do PIS/Pasep a qualquer trabalhador, de todas as idades, que terminou no mês passado, contribuiu para ampliar as receitas das MPEs, e deve continuar impactando no resultado de setembro. Além disso, o pagamento do 13º salário e novembro e dezembro também indica maior movimento nos próximos meses. “Muita gente usa a gratificação para pagar dívidas ou aplicar o dinheiro, mas outros tantos também acabam usando para consumir”, assinala Gonçalves.

PESQUISA - Quanto às expectativas para os próximos seis meses, a maioria dos donos de MPEs disse, em setembro, acreditar em estabilidade ou aumento do faturamento da empresa. Em setembro, 47% dos proprietários de MPEs falaram em manutenção na receita – na pesquisa anterior, eram 39% –, 29% esperam crescimento e 5% falam em piora no faturamento.

Outros 19% declararam, porém, que não sabem como a receita da firma poderá evoluir. “Esse dado ainda preocupa, uma vez que há um ano eram 9%”, diz o consultor. 




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