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Governo quer mais recursos para a mata atlântica
Do Diário do Grande ABC
28/10/1999 | 17:30
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O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, José Pedro de Oliveira Costa, explicou, nesta quinta-feira, aos representantes dos países ricos o Plano de Açao para a Mata Atlântica. O secretário quer incluir o plano no Programa Piloto de Proteçao às Florestas Tropicais do Brasil, o PPG7. Negociado desde 1990, o PPG7 vem privilegiando a proteçao à Amazônia, mas, agora, o governo quer aumentar o percentual dedicado à mata atlântica.

O Plano de Açao apresentado em Brasília, na reuniao de avaliaçao do PPG7, demandaria recursos da ordem de US$ 120 milhoes para combater o atual processo de destruiçao dos 7,3% que restaram da floresta atlântica original. O fundo total atualmente previsto no PPG7 é de US$ 373 milhoes, 40% dos quais oriundos da Alemanha. Os outros doadores, por ordem de importância, sao Uniao Européia, Reino Unido, Estados Unidos, Holanda, Japao, Itália, França e Canadá.

"Nao pretendemos obter os US$ 120 milhoes apenas junto ao PPG7, contamos com outras fontes, como o GEF (Fundo Ambiental Global) e as doaçoes feitas aos estados, além de nossa contrapartida", disse Oliveira Costa. "Porém consideramos importante priorizar a mata atlântica, que ainda mantém extraordinária biodiversidade em seus remanescentes".

Corredores - De acordo com o Plano de Açao, as medidas para recuperaçao de áreas degradadas e criaçao de unidades de conservaçao seriam concentradas em dois corredores ecológicos: um entre o sul da Bahia e o centro-norte do Espírito Santo e o outro abrangendo Rio de Janeiro, Sao Paulo e Paraná. O detalhamento do plano deverá estar pronto até o final do ano e inclui os resultados do workshop realizado em agosto, que reuniu mais de 150 especialistas, em Atibaia (SP), para definir as prioridades de conservaçao.

As recomendaçoes de um workshop semelhante, realizado em setembro, em Macapá (AP), para definir as prioridades para a Amazônia, também foram apresentadas aos doadores do PPG7, tendo causado um grande impacto positivo. "O conhecimento nao pode ficar isolado nos grupos de pesquisa, ele deve embasar a definiçao de prioridades, como foi feito neste workshop", comentou Christoph Diewald, do Banco Mundial. "A Amazônia tem 5 milhoes de quilômetros quadrados e o Brasil deve tomar uma decisao livre, democrática e objetiva sobre onde quer concentrar seus esforços de conservaçao".




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