O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, durante a entrevista coletiva para 13 emissoras de rádio, que suas viagens internacionais abrem caminho para novos negócios no exterior. Ele argumentou que o comércio do Brasil com países da África, da Ásia e da América Latina teve avanços "excepcionais" após as missões oficiais do governo nos últimos 19 meses.

Lula afirmou que o Brasil "passou muito tempo de costas para a América do Sul e virado para a Europa e para os Estados Unidos", opção que ele disse estar disposto a modificar. "Nós queremos construir uma outra geografia mundial. Nós queremos ter Estados Unidos e Europa como grandes parceiros comerciais, mas queremos ter alternativas."

O presidente destacou aos jornalistas os bons resultados do comércio exterior brasileiro. "Quando atingirmos US$ 100 bilhões em exportações, eu e o ministro Furlan (Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) vamos abrir uma champanhe para comemorar, porque o resultado é inédito."

Mas Lula destacou que as relações comerciais do Brasil com os outros países não podem se limitar às vendas. "A política internacional é uma via de duas mãos", explicou. O presidente contou que muitas vezes tem de segurar o ímpeto dos ministros Furlan e Roberto Rodrigues (Agricultura), "que são ótimos vendedores", e explicar a eles que "o Brasil não pode só vender, tem de comprar também, porque senão os outros países não vão ter dinheiro para comprar da gente."