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Um tremor de terra de cerca de 15 segundos atingiu o Grande ABC e a Capital às 21h de terça-feira. Segundo registro do Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), o terremoto, cujo epicentro foi em alto-mar a 270 quilômetros da cidade de São Vicente, no Litoral, e 10 quilômetros de profundidade, teve intensidade de 5,2 graus na escala Richter.
O abalo também foi sentido em várias cidades do Interior e nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Até o fechamento desta edição não havia registro de vítimas na região. O Centro de Operações do 8º Grupamento de Bombeiros, responsável pelo Grande ABC, registrou duas horas de ligações ininterruptas de moradores assustados com o fenômeno.
O chefe do laboratório de sismologia da UnB, professor Lucas Vieira Barros, disse que este foi o maior tremor registrado no Estado em 100 anos. “Foi um abalo de magnitude expressiva, principalmente se considerarmos o histórico desse fenômeno no Brasil. Com essa intensidade é possível sentir os efeitos a até 500 quilômetros de distância. Essa é a razão para relatos de pessoas em outros Estados”, comentou.
Segundo Barros, é comum ocorrerem abalos menores logo após o tremor principal. Mas possivelmente eles não serão sentidos pela população. As razões que levaram ao abalo ainda serão estudadas – inclusive o laboratório de sismologia deve rever a intensidade deste terremoto –, porém, o mais comum é eles ocorrerem por causa da movimentação de placas tectônicas em áreas onde há falhas geológicas.
Pavor - Moradores das sete cidades da região relataram momentos de pânico durante o terremoto. A primeira impressão era de que o tremor restringia-se ao prédio ou à casa de cada um – o que provocou evacuações de edifícios. “Estava deitada na cama quando senti balançar. Aí a janela começou a fazer barulho. Chamei meu marido, que estava na cozinha e saímos do apartamento. Enquanto descíamos a escada, outros moradores faziam o mesmo. Logo, todos estavam no térreo”, contou a dona de casa Sandra Regina Toniati, 49 anos, que mora no Jardim do Mar, em São Bernardo.
“Primeiro pensei que minha mulher estava brincando, mexendo a mesa, mas depois meus filhos saíram dos quartos dizendo que o computador e a cama tinham tremido”, disse o marceneiro Silvio Rodrigues, do Jardim do Estádio, em Santo André.
Curiosamente, os que residiam em andares mais baixos não sentiram o abalo. Só foram avisados por vizinhos. É o que relataram alguns moradores do Residencial Barão de Mauá, em Mauá.
Nas casas, a comparação do terremoto foi com o tremor sentido quando passa um caminhão pela rua. “A porta de vidro balançou como balançava antes de recapearem minha rua. Achei estranho. Só descobri que era um terremoto vendo a televisão”, contou a professora Ana Maria Pereira, 62, da Praça Sabará, no Centro de Ribeirão Pires.
“Como o flare da Petroquímica está maior desde terça-feira, quando senti o tremor eu achei que as refinarias haviam explodido. Foi um enorme susto”, desabafou o montador Marcos Ribeiro, 37, morador de Mauá.
O Corpo de Bombeiros não registrou nenhum ferido ou danos provocados pelo abalo, apesar do pavor coletivo.
(Colaboraram Bruno Ribeiro, Fernando Cappelli, Rafael Vergueiro e Marcelo de Paula)Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.