O novo presidente da BR Distribuidora, Luiz Antônio Viana, afirmou nesta segunda-feira que nao há planos para privatizar a empresa. Viana, que assumiu o cargo no início do mês, disse que nao recebeu a missao de privatizar a empresa durante sua gestao de três anos. ``Nao há orientaçao para diminuir a BR nem prepará-la para a venda', garantiu, após encontro com os funcionários para apresentar a nova diretoria da distribuidora. Segundo Viana, nao haverá também reduçao do atual quadro de 3,9 mil funcionários, número compatível com o tamanho da empresa, acrescentou.

Viana disse que o desafio da BR será o de aumentar a rentabilidade dos 7,2 mil postos espalhados pelo país e de se manter como líder no mercado, com uma participaçao de 35% da distribuiçao dos combustíveis. Para motivar os funcionários, Viana pretende criar mecanismos como o stock option (opçao de açoes), que assegura aos funcionários o direito de subscrever açoes da companhia por um preço e prazo determinados previamente.

Segundo ele, esse recurso de motivaçao dos funcionários é bastante comum nos Estados Unidos e foi implantado com êxito no grupo Pao de Açúcar, onde Viana trabalhou anteriormente.

Investimento - A BR Distribuidora investirá neste ano R$ 100 milhoes, volume superior aos R$ 80 milhoes injetados em 98. De acordo com Luiz Antônio Viana, parte desses recursos serao destinados à modernizaçao dos postos e também na batalha contra a infidelidade de bandeiras. Segundo Viana, sua gestao concentrará esforços em coibir a adulteraçao de combustíveis e garantir que o consumidor adquira num posto da BR o produto da própria distribuidora.

A idéia, segundo ele, é fazer um levantamento de todos os postos que estao em improbidade e valorizar, através de esclarecimentos à sociedade, o selo de certificaçao de garantia do produto, que passará a ser fixado em cada posto. ``Esse é um problema gravíssimo, que deve ser tratado com toda atençao. É o nosso nome que está em jogo', disse, acrescentando que a BR ainda nao sabe precisar o prejuízo decorrente da adulteraçao de combustível e da falta de fidelidade dos postos na comercializaçao do produto.

Segundo Viana, 80 postos já foram denunciados e a BR estará colocando na Internet, ainda esta semana, a relaçao deles para que os consumidores possam se proteger.

No ano passado, a BR Distribuidora faturou R$ 8,7 bilhoes e lucrou R$ 250 milhoes. No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou um prejuízo de R$ 19 milhoes, devido ao impacto da desvalorizaçao cambial.