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Daimler: 5% receberam restituição
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
27/10/2006 | 22:28
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Os trabalhadores da Daimler-Chrysler, de São Bernardo, sentem uma incomoda pulga atrás da orelha porque, até agora, apenas 5% deles receberam da Receita Federal as restituições do Imposto de Renda, segundo estimativa da comissão de fábrica. O Fisco chega ao pagamento do 5º lote de reembolso, mas boa parte dos metalúrgicos reclama o baixo índice de depósito do IR em suas contas. A montadora soma 12 mil empregados na unidade do Grande ABC.

Boatos entre os trabalhadores abrem espaço para diversas versões sobre a lentidão na liberação do dinheiro. O mais forte entre eles é de que a montadora teria enviado à Receita informações fiscais com erros. No entanto, nenhuma evidência até o momento aponta para a confirmação desta hipótese, embora a dúvida paire fortemente sobre o quilômetro 14 da Via Anchieta.

Diante das reclamações cotidianas, os representantes da comissão procuraram a direção da Daimler para averiguar os fatos que poderiam atravancar o pagamento. “Conversamos com executivos para questionar se havia alguma irregularidade. Mas não há indícios de irregularidades nas transações, até porque, se houver, a montadora não importa nem exporta”, tranqüiliza o coordenador da comissão, Walter Souza.

O sindicalista conta que a direção da montadora entrou em contato com o Fisco para descobrir as razões do entrave na liberação de restituições. “A direção foi buscar respostas na Receita e disseram que não há erros nas informações”, diz Souza. A medida foi tomada porque, segundo ele, dois lotes com informações de trabalhadores da montadora foram encaminhados com erros no ano passado.

Sem resposta, Souza diz que a Receita aponta para regularidade nas informações. “A Receita Federal diz que os dados estão em processamento. A gente não sabe se é critério organizar o pagamento das restituições, por exemplo, por valor”, indaga. “Os trabalhadores reclamam porque contam com esse dinheiro e veio agosto, setembro, outubro e nada de receber.”

A Daimler-Chrysler não comentou as reclamações. A Receita destacou que não comenta fatos pontuais relativos a uma única empresa por questão de sigilo fiscal. No entanto, o órgão informa que o pagamento das restituições segue calendário regular e que “a demora é normal”.

Assim, só após o fim do ano a pulga vai realmente incomodar os metalúrgicos porque aí os nomes podem estar na malha fina.



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