A atual executiva do PMDB de São Caetano excluiu os registros dos filiados pela direção anterior, dentre eles o vereador Paulo Pinheiro, que deixou o PTB para ser candidato a prefeito na chapa peemedebista de oposição. No total, foram canceladas cerca de 110 fichas. O grupo de Pinheiro falava extraoficialmente em 500 nomes.

O presidente em exercício, Nilo Figueiredo, aliado do prefeito José Auricchio Júnior (PTB), argumenta que a iniciativa apenas cumpre a decisão judicial, efetivada dia 30 de setembro, a qual suspendeu a ação da executiva estadual do PMDB que havia dissolvido o diretório de São Caetano em abril. Durante cinco meses, o partido foi dirigido por Ângelo Pavin, um dos articuladores da candidatura de Paulo Pinheiro.

Processo ainda corre na Justiça para definir que grupo, de fato, comanda a legenda. Hoje, o setor jurídico do PMDB de São Paulo se reúne para definir o que fará diante da iniciativa da direção são-caetanense. Inicialmente, trabalhará com o argumento de que a exclusão dos quadros, da maneira que fora feita, não atende qualquer item do estatuto da legenda.

Outra tese será a própria decisão judicial que recolocou Nilo Figueiredo à frente do partido. O despacho, segundo interpretação dos aliados de Pinheiro, somente anula a dissolução do diretório municipal feita pela estadual. Mas não cita os atos feitos por Ângelo Pavin.

CADASTRO

Nilo Figueiredo ressalta que a direção anterior do PMDB cometeu outras falhas na condução da legenda. Dentre elas, a inclusão de novos filiados no cadastro do Tribunal Superior Eleitoral mesmo após o dia 30 de setembro, quando saiu a decisão que o reconduziu à presidência da executiva local.

As fichas de novos peemedebistas continuarão sendo incluídas no sistema do TSE, pois a senha de acesso ainda estava em posse da direção anterior. O que, segundo Nilo, desrespeitou a decisão judicial e o estatuto do partido, e pode acarretar em futuros pedidos de impugnação de candidaturas por outras agremiações partidárias. A senha foi obtida pelo comando atual no dia 20, por meio da Justiça Eleitoral.

A situação é mais um capítulo da novela que envolve a tumultuada saída de Paulo Pinheiro do bloco governista. A movimentação do vereador mexeu no cenário político, que até então estava morno. Se concretizada a candidatura em 2012, o parlamentar é ameaça real para quebrar a hegemonia petebista em São Caetano, que perdura desde 1983. Por isso os aliados do chefe do Executivo tentam criar obstáculos para que a chapa não seja viabilizada.