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Prefeitos evitam apoio ao Planalto no 2º turno

Chefes do Executivo da região adotam discurso evasivo restando 17 dias para pleito decisivo

Daniel Tossato
11/10/2018 | 07:14
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Montagem/DGABC


Restando 17 dias para o segundo turno da eleição presidencial, a maioria dos prefeitos do Grande ABC evita declarar apoio explícito e voto no duelo entre o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). Boa parte deles aguarda posicionamento da cúpula partidária para acompanhar a decisão, adotando tom evasivo.

Ao menos nos bastidores os chefes de Executivo da região tendem a aderir ao projeto de Bolsonaro, seguindo o discurso adotado durante as últimas eleições do campo majoritário, que visava se afastar das empreitadas petistas.

Jogando a responsabilidade da escolha para o atual governador do Estado e candidato à reeleição, Márcio França (PSB), o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), alegou que vai esperar postura oficial de França. “A direção nacional do PSB liberou (o diretório de) São Paulo quanto ao posicionamento. Estou aguardando a definição de nosso líder maior Márcio França e eu, como bom soldado, vou seguir o que ele indicar”, ponderou.

Adler Kiko Teixeira, também do PSB, se esquivou de anunciar suporte a algum presidenciável neste segundo turno. O prefeito argumentou apenas que estará dedicado à campanha de França. “Acreditamos que o diálogo e a conciliação da polarização nacional são fundamentais para que o País possa avançar a partir da escolha dos eleitores para presidente”, citou o socialista.

Expulso do PSDB após declarar abertamente adesão à candidatura de França em vez do tucano João Doria, que também participa da corrida ao Palácio dos Bandeirantes, o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (sem partido), saiu pela tangente ao ser indagado sobre suporte ao Planalto. “Meu voto é Márcio França”, afirmou o chefe do Executivo. Diante da fala inusitada, ele foi questionado novamente sobre o tema, mas a resposta foi a mesma. “Meu voto é Márcio França”, repetiu.

O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), relatou, por meio de sua assessoria, que não iria se pronunciar sobre quem apoiará no segundo turno. Pela manhã, em agenda oficial, ele parou para breve entrevista, e deixou o local inesperadamente. Nos bastidores, a sensação é de que Lauro apoiará Bolsonaro. O verde tem o PT como inimigo político em Diadema e em 2014 apoiou Aécio Neves (PSDB), que pleiteou vaga ao Planalto já no primeiro turno, preterindo o então candidato do próprio partido, Eduardo Jorge.

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), foi o único da região que não respondeu aos questionamentos do Diário. Nesta semana, os prefeitos Paulo Serra, de Santo André, e Orlando Morando, de São Bernardo, haviam manifestado apoio a Bolsonaro.

DEBATE

Bolsonaro recebeu recomendação médica e já sinalizou que não participará dos primeiros debates entre presidenciáveis no segundo turno. O candidato do PSL se recupera de um atentado a faca. Após ter ciência da possibilidade, Haddad sugeriu que iria até uma enfermaria para realizar o embate. 




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