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Costa e Silva relata ameaças anteriores

Candidato do DC ao Estado sofreu atentado em Ribeirão e diz que ignorou intimidações: ‘Não dei bola’

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/10/2018 | 07:00
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Candidato do DC ao governo do Estado, Major Costa e Silva relatou ter recebido ameaças por telefone e internet, mas “que eram sem fundamento” e que, por isso, não solicitou investigação. Ele teve alta na manhã de ontem após ter sofrido atentado na noite de quarta-feira, na Estrada da Cooperativa, em Ribeirão Pires.

Em entrevista exclusiva ao Diário, o político relatou aumento de intimidações, porém, desconsiderou, até citando o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, que tomou facada no dia 6, em campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais.

“Tinha recebido ameaça, via Instagram, que estavam armando emboscada. Não dei bola, não, até porque a minha situação é diferente da do Bolsonaro. Ele é primeiro colocado (nas pesquisas de intenções de voto), ataca partidos tradicionais. É mais plausível no caso dele. Não dei crédito às ameaças, que falavam para eu tomar cuidado, que iriam armar emboscada. Falavam que era para parar de entrar nas quebradas, que dava tempo de desistir”, disse.

Costa e Silva comentou que voltava de Mauá, onde fizera campanha com sua vice, Cabo Fátima (DC), juntamente com capitão Hamilton Munhoz, coordenador de sua campanha, por volta das 21h, quando o assessor avisou que duas motos cercavam a Pajero prata em que estavam. Os dois trocaram tiros com os suspeitos, mas Munhoz perdeu o controle do veículo, que saiu da pista e capotou até um córrego. O coordenador de campanha foi atingido com tiro nas costas, porém, estava com colete à prova de balas e não se feriu gravemente – ele também teve alta ontem, do Hospital Santa Helena, em Santo André.

Peritos da Delegacia de Ribeirão Pires vistoriaram o automóvel, que foi alvejado por disparos de arma ponto 40. Uma das hipóteses em investigação é de crime premeditado. O candidato disse não saber se a motivação foi política, até porque, ele não está no topo das pesquisas de intenções de voto. O postulante também evitou avaliar se o incidente afetará seu projeto eleitoral. “Não sei o que dizer. As pesquisas mostraram crescimento do Bolsonaro por causa disso (atentado). Mas as situações são bastante diferentes.”

Costa e Silva declarou que, apesar do susto, manterá sua campanha até o fim. “Vou continuar, não vão me parar, não. Vou como soldado, é vencer ou morrer lutando. Só não tinha levado ‘morrer’ ao pé da letra. Eu me propus ir até o fim e vou até o fim”, assegurou o político, que criticou a legislação pela apreensão de sua arma e de seu colete – os objetos foram devolvidos ontem à tarde. “Tirar minha arma é até contrassenso. Por isso que ninguém reage, porque vagabundo sabe (da lei). Cidadão de bem tem dor de dabeça, arma apreendida. O cara prefere entregar tudo para vagabundo fazer a festa. Rio de Janeiro precisou botar Exército. Se não mudar, aqui (São Paulo) será igual. Daqui a pouco isso vira um Rio de Janeiro.”

Sardano não vê viés de crime político-eleitoral no episódio

Coronel da reserva da PM (Polícia Militar) e candidato a deputado federal, o vereador Edson Sardano (PTB), de Santo André, desconsidera que o ataque contra major Costa e Silva (DC), ocorrido na noite de quarta-feira, tenha viés de crime político-eleitoral. Para o petebista, “apesar do clima beligerante” das campanhas, o cenário indica tentativa de assalto ou viés pessoal, referindo-se às intimidações citadas às vésperas do episódio. “O lugar é ermo (na Estrada da Cooperativa, em Ribeirão Pires), pode ser emboscada para roubo, era carro de luxo. Não vejo crime político, não há preocupação com a posição do candidato (nas pesquisas). Agora, pode ter conotação pessoal, até porque se relatou ameaças.”

Sardano defendeu a fixação de percentual mínimo de repasse da União para custeio do setor e a implantação de projeto que seria espécie de SUS da Segurança, com o objetivo de promover as gestões locais, sem mexer nas corporações. “Atualmente, não se submetem aos municípios, e ficam sem sintonia com a realidade. Com a mudança, as corporações continuariam ligadas aos entes, com verbas federais, estaduais e das prefeituras, mas a gestão (das unidades e agentes nomeados) nas cidades responderiam ao prefeito, com vínculo, assim como se dá na Saúde. Falta esse olhar.”

Sobre o repasse de recursos federais, o parlamentar falou em pleitear, em Brasília, pela elevação do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). “A partir de estudo afinado, e complexo, poderíamos indicar percentual mínimo de 5%, 10% para aplicação na Segurança, a exemplo da obrigação de 15% na Saúde”, disse, ao acrescentar que a GCM (Guarda Civil Municipal) teria que entrar no circuito, recebendo “poder pleno”.




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