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Uniao das polícias ainda deve demorar
Brasília
Da AJB
02/11/2000 | 21:10
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O Ministério da Justiça nunca apostou na imediata unificaçao das polícias militar e civil como medida de combate à violência. A medida sequer é projeto para esse governo. Há somente uma projeçao para o futuro, a partir de açoes integradas que fazem parte do Plano Nacional de Segurança Pública. "A unificaçao nao faz parte do Plano de Segurança", disse um assessor do ministro da Justiça, José Gregori.

A questao é semântica: entre unificar e integrar há uma grande diferença. E um longo caminho até se quebrarem as resistências das corporaçoes - que forçaram o descarte da idéia na elaboraçao do projeto antiviolência do governo federal. A unificaçao pressupoe a existência de apenas uma polícia, para prevenir e para investigar. Fontes policiais lembram que o problema salarial dificulta essa unificaçao.

Em alguns Estados, delegados ganham mais do que comandantes da Polícia Militar. Os militares cobram a equiparaçao, o que geraria, em caso de processo de unificaçao, mais gastos para os cofres estaduais. Esse fato afasta os governadores da idéia de unificaçao e mantém o aparelho policial da forma como está em funcionamento hoje.

Sabedor do problema, o governo jogou no plano de segurança apenas a proposta de açoes integradas, que aproxima as duas polícias estaduais sem causar graves problemas que estariam embutidos na unificaçao. Três itens do Plano de Segurança mencionam a integraçao. A começar entre as polícias Federal e Rodoviária Federal, que fazem operaçoes conjuntas nas rodovias.

Até por isso, surgiu um problema: os patrulheiros argumentam que participam das mesmas açoes mas nao recebem a Gratificaçao de Operaçoes Especiais a que têm direito os agentes federais. Eles estao reivindicando o pagamento com a Operaçao-padrao nas rodovias desde a semana passada.

Essa açao também pressupoe a colaboraçao das polícias civil e militar. Desde junho, quando foi lançado o plano de segurança, duas operaçoes desse tipo foram realizadas. O segundo passo é a integraçao dos sistemas de inteligência estaduais ao núcleo similar federal. O terceiro ponto é o policiamento integrado. As propostas têm andado a passos lentos.

Mas a açao integrada das polícias tem mantido a idéia em pauta. Os resultados sao considerados significativos pelo Ministério da Justiça. Um exemplo é o combate ao narcotráfico. Os trabalhos conjuntos possibilitaram recordes de apreensao de maconha, por exemplo. De 1990 a 1999, a Polícia Federal registrou a apreensao de 213,9 toneladas da droga prensada para consumo. Somente este ano, foram retiradas das maos de narcotraficantes mais de 118 toneladas de maconha - ou 50% do que havia sido retido nos nove anos anteriores. E com auxílio fundamental da Polícia Rodoviária Federal.




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