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Onde estão os filtros do carro?
Percy Faro
Especial para o Diário
29/05/2001 | 17:07
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Por alguma razão técnica eles foram colocados onde estão. Difícil entender o porquê... Isso, depois de encontrá-los, é claro! Para o mecânico com diversos anos de profissão, com certeza deixa saudades a simplicidade de vários modelos de automóveis, quando o assunto da conversa é manutenção. Por exemplo: quem não se lembra do sistema de ignição do DKW, carro que nas décadas de 60 e 70 promoveu uma verdadeira “invasão” na capital paulista na condição de número um na preferência dos taxistas – sem contar, naturalmente, outro tanto que rodava em mãos de particulares? O motor de três cilindros, dois tempos, com uma bobina e um platinado para cada cilindro, era o que se podia dizer “coisa para qualquer criança mexer”.

Ou, então, do abundante e até certo ponto exagerado espaço que o tradicional motor Chevrolet seis cilindros em linha oferecia para o mecânico realizar a reparação, seja do próprio propulsor, seja dos componentes agregados – com um alicate, uma chave de fenda e outra do tipo “inglesa” era possível fazer verdadeiros milagres. Ferramentas especiais, na época, nem pensar!

Se para o mecânico era uma maravilha, tanto espaço assim para o proprietário do automóvel manter limpo o compartimento do motor era uma verdadeira “mão na roda”. Acesso fácil, nada de mistérios e muito menos dúvidas sobre a localização exata de cada peça. Tudo estava à frente de seus olhos.

Nos últimos 30 anos, entretanto, a evolução do automóvel foi rápida, em nome não apenas da modernidade do veículo em si, mas dos processos produtivos e da natural mudança do gosto e do comportamento cultural do consumidor. O carro grande começou a dar lugar ao compacto e ágil, época em que se iniciou também a fase do trabalho de engenharia automotiva em incorporar maior número de componentes numa carroceria cada vez menor.

A tradicional frente alta foi substituída gradativamente pela forma de cunha, o que melhorou a aerodinâmica, mas reduziu o espaço sob o capô, onde atualmente ficam, além do propulsor e seus agregados, sofisticados sistemas de ar-condicionado, avançados tipos de injeção eletrônica de combustível e mais uma parafernália de equipamentos que identificam o carro moderno.

Foi exatamente a partir da época desta evolução do automóvel que surgiram inúmeros obstáculos para o mecânico profissional – para o proprietário, então, nem se fala. Não são raros os casos em que diversos componentes ficaram literalmente “escondidos” – bom exemplo disso é o filtro de combustível do Logus, Escort e Pointer, fabricados no início dos anos 90. Ou de componentes que, quando não estão “escondidos”, têm acesso difícil e exigem até ferramentas específicas, como é o caso do filtro de óleo do motor também desses três modelos.

Além da maior dificuldade para o reparador, a substituição desses componentes somente é possível em uma oficina. Por desconhecimento ou falta de ferramentas apropriadas, o serviço não pode ser realizado, por exemplo, em postos de gasolina, como normalmente acontece com outros modelos.




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