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Cesar e Rodrigo Maia negam fusão DEM-PMDB
15/11/2010 | 07:05
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A proposta de incorporação do Democratas ao PMDB, atribuída ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), está morta e enterrada, mas serviu para reorganizar a tropa no partido. É o que dizem o presidente do DEM, Rodrigo Maia, e o pai dele, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, que apostam na unificação da sigla com o plano de fortalecer o DNA conservador e deixar o papel de linha auxiliar do PSDB para construir candidatura própria à Presidência em 2014.

"Essa hipotética proposta não existe mais. Até Kassab é contra", afirmou Cesar Maia ontem (14), sobre a possibilidade de união com o PMDB. "Hoje, ninguém no DEM defende fusão. Nem no PMDB, segundo se diz." Maia também afasta qualquer chance de fusão com PSDB ou PPS.

O presidente de DEM e deputado reeleito Rodrigo Maia (RJ) disse ter conversado com Kassab, que compreendeu a inviabilidade da união com o PMDB. "Ele sabe que essa posição, nesse momento, não tem apoio no partido. Compreendeu que esse é o momento de refazer a unidade e pensar no futuro", disse o deputado, que aproveitou para acertar os ponteiros com várias lideranças da sigla. As conversas alinharam à proposta de fortalecimento ideológico, descolamento do PSDB e candidatura própria em 2014 de líderes como o senador José Agripino (RN), reeleito em meio às baixas da oposição no Senado, e os deputados Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), Onyx Lorenzoni (RS) e Roberto Brant (MG). Cesar Maia define a estratégia do DEM: "Reforçar sua coluna vertebral conservadora."

O ex-prefeito cita o apoio do senador reeleito Demóstenes Torres (DEM-GO), que também declarou que o partido precisa "deixar de ser satélite de outras legendas". Para Rodrigo e Cesar Maia, a candidatura própria é o caminho para unir partido calejado pelas batalhas perdidas a reboque de um PSDB tomado por lutas internas. Acreditam que, na oposição a gestão Dilma, é hora de se preparar para o que consideram inevitável: o declínio do ciclo de poder do PT. Além disso,querem reposicionar a relação com o PSDB. A avaliação é de que a antecipação de aliança incondicional com os tucanos na eleição presidencial de 2010 penalizou o partido em contextos regionais. Em 2014, a composição se daria de outra forma e bem mais tarde, até mesmo num segundo turno.

"Essa discussão sobre fusão mostrou que há uma certeza majoritária no partido. Temos de nos organizar como partido de ideias claras, em favor da economia de mercado, da redução da carga tributária. Tem a proposta de recriação da CPMF aí, uma bola que o governo levantou de graça para nós e acredito que o ciclo da Dilma não terá a força popular dos oito anos do governo Lula", define Rodrigo, comemorando a eleição de dois governadores e 43 deputados na Câmara, apenas dez a menos do que o PSDB.




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