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Falta de gás natural é gargalo industrial
Leone Farias e Luciele Velluto
04/07/2008 | 07:19
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A falta de gás natural já dificulta o crescimento do setor industrial do Grande ABC. A Comgás - que adquire o produto da Petrobras - não está disponibilizando ofertas adicionais do combustível no Estado. Isso cria um obstáculo para projetos de expansão das empresas, que vão ter de buscar alternativas (por exemplo, o uso de óleo combustível).

"Mas a busca de alternativas leva tempo, representa custo (financeiro) e impacto ambiental, já que o gás natural é mais limpo (polui menos) do que o óleo combustível", afirmou o presidente-executivo da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia), Ricardo Lima.

Segundo a Comgás, o problema é da Petrobras, que não oferece condições (suprimentos adicionais) para que a concessionária de São Paulo e a de outros Estados ampliem o fornecimento. Os últimos contratos com a Petrobras foram firmados em dezembro e desde então não houve novas negociações, informou a distribuidora. E a estatal do petróleo comunicou que o porta-voz para esse assunto estava em viagem e indisponível para falar com o Diário.

A questão preocupa. "Há um estrangulamento, as empresas querem investir, mas não há gás", acrescentou Lima. Ele salientou que não era possível dimensionar quanto desses investimentos podem ser barrados. "Mas temos notícias de grandes companhias que querem ampliar e não conseguem", disse.

Na região, a unidade de petroquímicos básicos da Quattor ABC (antiga Petroquímica União) ratifica a situação-limite do abastecimento. "Gostaríamos de consumir mais. Não consumimos porque não é disponibilizado", afirma o diretor industrial, Roger Kirst.

O executivo da Quattor disse que, por enquanto, o problema não afeta o projeto de expansão - a fabricante investe R$ 1,2 bilhão para aumentar 40% sua capacidade produtiva -, mas se houver falta do insumo pode haver dificuldades para a ampliação.

Outras indústrias relatam que a situação já criou entrave a novos investimentos. É o caso da Resiplastic, de Mauá, que programava uma ampliação da fábrica. "Não conseguimos aumentar e, para piorar, não temos mais autorização para queimar óleo combustível ou madeira", disse o empresário Jaime Salgueiro.




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