Economia Titulo A partir de 8 de outubro
Volkswagen deixa 1.800 trabalhadores em férias coletivas

Cerca de 20% do efetivo de S.Bernardo ficará afastado por 30 dias devido à crise argentina

Yara Ferraz
Do iário do Grande ABC
29/09/2018 | 07:23
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André Henriques/DGABC


A Volkswagen vai colocar 1.800 trabalhadores da planta de São Bernardo em férias coletivas. De acordo com o SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), que confirmou a informação, os funcionários devem ficar em casa a partir do dia 8 de outubro, por período que pode chegar a até 30 dias.

O motivo alegado pela montadora alemã, questionada pelo Diário, é a adequação da produção por conta da redução de exportações para a Argentina, principal parceira comercial da região, que passa por crise econômica e desvalorização da moeda local.

O contingente que sai de folga representa cerca de 20% do total de trabalhadores da fábrica da Anchieta, que atualmente é de 9.163 profissionais. Em agosto, a montadora deixou 1.000 em casa por 30 dias.

A unidade é responsável pela produção do novo Polo, Virtus e Saveiro, sendo que em 2017 o terceiro turno, suspenso desde 2015 por conta da crise, foi reativado. Ainda no ano passado, 1.337 funcionários aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) em 2016.

A fabricante afirmou que embora o mercado brasileiro demonstre evolução em 2018 – de janeiro a agosto deste ano, o crescimento da Volkswagen foi de 33% nas vendas nacionais e, do setor automotivo, 14%, em relação ao ano passado –, os envios para a Argentina foram momentaneamente reduzidos.

“Para fazer frente a essa redução nos volumes de veículos exportados a partir do Brasil para a Argentina, estamos pontualmente utilizando ferramentas de flexibilização da produção, como férias coletivas, de forma a promover os ajustes necessários, garantindo assim a sustentabilidade do negócio”, informou a Volks, por meio de nota.

A montadora, que planeja crescimento de 10% em sua produção neste ano, anunciou que vai confeccionar 20 novos modelos até 2020. O anúncio mais recente foi o novo Jetta, que será fabricado em Puebla, no México. Mas, de acordo com o presidente e CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, a expansão chegaria a 15%, não fosse a situação argentina.

Por conta dos problemas no país vizinho, que consumiu 47,08% (US$ 1,05 bilhão) do total exportado pelo setor automotivo da região neste ano, as demais empresas também sentiram queda nas exportações, conforme reportagem publicada pelo Diário no dia 22.

Questionadas, Mercedes, Ford e Toyota afirmaram que, por enquanto, ainda não possuem previsão da utilização das férias coletivas.
 




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