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Ato pró-Bolsonaro termina em confusão em São Bernardo

Aliados do presidenciável do PSL e militantes do PT quase chegaram às vias de fato após pixuleco com imagem de Haddad ser inflado no Centro

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
28/09/2018 | 07:26
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Atividade política realizada por candidatos do PSL e militantes do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) acabou em confusão com simpatizantes do PT e integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) no Centro de São Bernardo, na tarde de ontem. O bate-boca teve início quando aliados de Bolsonaro e postulantes a deputado pelo PSL inflaram o boneco conhecido popularmente como pixuleco com roupa de presidiário. No lugar da charge do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eles colaram a foto do atual presidenciável do PT, Fernando Haddad. O ato aconteceu na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em frente ao terminal rodoviário.

O evento foi organizado pelo deputado federal e candidato a senador Major Olímpio (PSL), pelo candidato a deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL), pela candidata a deputada federal Carla Zambelli (PSL) e por cabos eleitorais de Bolsonaro.

Após cerca de dez minutos com o boneco inflável erguido, simpatizantes do PT e do MTST, que passavam pela região, foram ao local e logo entraram em conflito verbal. Gritos e xingamentos partiram dos dois lados. Militantes mais exaltados dos dois grupos políticos quase chegaram às vias de fato, porém, foram contidos por quem acompanhava a atividade.

Enquanto os simpatizantes de Bolsonaro gritavam “mito, mito”, os integrantes do MTST bradavam “aqui está um povo sem medo de lutar”, em referência ao acampamento Povo Sem Medo, do MTST, que se estabeleceu em terreno no bairro Assunção em setembro de 2017 e chegou a juntar 7.000 famílias. A invasão durou até abril deste ano e foi dispersada após decisão judicial.

Os organizadores decidiram esvaziar o pixuleco para evitar mais confusão. A PM (Polícia Militar) foi acionada para garantir segurança de ambos os lados políticos. Só então os ânimos se acalmaram. “Não havia mais clima para manter o boneco em pé. Decidimos guardá-lo para que não ocorra mais brigas”, argumentou Nishikawa.

Chamado para apaziguar os simpatizantes do MTST e do PT, o vereador José Luís Ferrarezi (PT) também conversou com os policiais e pediu calma para a militância. “Isso é péssimo para a democracia. Todo mundo tem o direito de se manifestar, eles (se referindo aos simpatizantes do Bolsonaro) e nós (petistas)”, disse.

Ferrarezi ficou visivelmente incomodado com o fato de o boneco ter sido inflado em São Bernardo, berço do PT e onde Lula mora – o presidente está preso em Curitiba, no Paraná, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex. “Como militante do partido, me dói muito ver isso acontecer. Eles escolheram São Bernardo porque sabem da importância que tem”, opinou.

Momentos antes de toda a confusão acontecer, a equipe do Diário questionou militantes pró-Bolsonaro por que tinham escolhido São Bernardo para inflar o pixuleco. “Esta cidade é emblemática”, afirmaram eles, sem entrar em detalhes. 




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