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Evita: além do maior ícone nacional

Símbolo feminino na política argentina continua presente em toda a cidade de Buenos Aires

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
27/09/2018 | 07:15
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Primeira-dama da Argentina de 1946 a 1952, a ex-atriz Eva Perón (1919-1952), mais conhecida como Evita, se tornou o nome mais emblemático da história política do país. Defensora do voto feminino e famosa por suas obras de caridade, sua presença é sentida em diversos locais de Buenos Aires que valem a visita.

Nascida em Los Toldos, cidade localizada a 300 quilômetros da Capital, Eva chegou em Buenos Aires com apenas 15 anos e com sonho de fazer carreira no rádio e no cinema. Ela chegou a participar de algumas produções e obteve relativo sucesso.

Ela conheceu o general Juan Domingo Perón, que ainda viria a se tornar presidente, durante festival em prol de vítimas de terremoto no país em 1944, realizado no Luna Park. O palco do início do romance é uma das principais casas de espetáculo da cidade, em Puerto Madero, e pode ser visitada pelo público – programação está disponível no site www.lunapark.com.ar.

Durante sua vida pública, Evita ficou famosa por suas obras sociais e a proximidade com o povo, uma das características do Peronismo. Entre momentos em que ela demonstrou sua habilidade política destacam-se uma bem-sucedida viagem diplomática pela Europa em 1947, quando foi recebida pelo papa Pio XII, no Vaticano, e a organização de comícios, como forma de pressão popular, visando a soltura de Perón, preso em 1945 por um levante militar – à época, ela ainda era sua amante.

Seu rosto, que estampa a nota de 100 pesos argentinos, pode ser apreciado na Avenida Nove de Julho, uma das mais importantes da cidade, e onde está localizado o Obelisco, marco zero de Buenos Aires. O mural pode ser visto de longe, na fachada do prédio dos ministérios de Desenvolvimento Social e Saúde – criado pelo artista argentino Daniel Santoro.

A poucos metros dali, a Casa Rosada, residência presidencial oficial da Argentina, foi imortalizada por Evita, que discursou em um balcão no local pela última vez. Ela morreu de câncer no útero com apenas 33 anos. Este último momento público serviu de inspiração para a cena em que a cantora Madonna interpreta a canção Don’t Cry For Me Argentina (Não Chore Por Mim, Argentina) nas telonas, inspirado no musical da Broadway Evita, de 1996.

No bairro da Recoleta (onde se pode ir de Metrô ou táxi), ao pé da Biblioteca Nacional, pode-se se visitar a Plaza Evita e outro monumento em sua homenagem, obra do escultor argentino Ricardo Gianett (Avenida Del Libertador, 2.600).

O funeral da figura mais icônica argentina, para se ter ideia, se prolongou por 12 dias no Congresso Nacional (Av. Rivadavia, 1.864) e mobilizou 2 milhões de pessoas. A história depois de sua morte é capítulo a parte, já que seu corpo foi roubado em 1955 (leia mais abaixo). Hoje, ele se encontra em mausoléu no Cemitério da Recoleta, em jazigo familiar.

Museu destaca trabalho de caridade de Eva

Evita esteve à frente da Fundação Eva Perón desde a sua criação, em 1948, até o ano de sua morte, em 1952. No local, ela atendia a população carente, oferecendo desde máquinas de costura para mulheres que precisavam trabalhar e enxovais para noivas até vagas de emprego. Em casarão histórico no bairro Palermo é possível conhecer a história deste e outros capítulos da líder política no Museu Evita, edifício que pertence à fundação.

No local, o visitante consegue ter acesso a roupas, sapatos, móveis, cartas, jornais, capas de revista e demais objetos pessoais de Evita, além de acompanhar momentos de sua história desde a infância. Nas salas com recurso multimídia são exibidos diversos discursos da primeira-dama.

O local é aberto ao público de terça-feira a domingo, das 11h às 19h, e os ingressos custam 120 pesos, ou seja, aproximadamente R$ 12. O museu oferece visitas guiadas em espanhol, todos os dias, às 16h, sem necessidade de reservas.

Já para excursões privadas em português, disponíveis de terça a domingo, das 11h às 18h, há exigência de reserva antecipada (pode ser feita pelo site web.museoevita.org.ar) para que seja formado grupo mínimo de oito pessoas. Também há restaurante-bar que funciona no local especializado em culinária italiana.

Corpo da primeira-dama foi sequestrado em 1955

Depois de sua morte, o corpo de Evita foi embalsamado e, em 1955, sequestrado por militares após o governo Perón ter sido derrubado. A história, que tem características de ficção, é verídica e recentemente foi retratada no filme Eva Não Dorme (2017), de Pablo Aguero. Até 1957, o corpo peregrinou por diversos endereços do exército e da casa de oficiais argentinos até ser enterrado em Milão, na Itália, sob nome falso. Ele foi devolvido a Perón em 1971 e, atualmente, está enterrado em mausoléu no Cemitério da Recoleta, junto com sua mãe, que está entre os mais visitados do local.  




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