Uma avaliaçao do Ministério da Educaçao e Cultura constatou que dos 410 cursos de Economia, Jornalismo e Engenharias Elétrica e Mecânica existentes no país, 93 tiveram avaliaçao negativa. Esses cursos foram reprovados em pelo menos duas das três categorias examinadas pelo ministério: qualidade dos professores, organizaçao didática e instalaçoes. Outros 12 cursos de Administraçao e Direito estao ameaçados de fechar.

Os oito cursos de Administraçao e quatro de Direito já tinham sido reprovados na avaliaçao do MEC em 1998 e, por três anos, também tiraram as piores notas no Exame Nacional de Cursos, o Provao, que avalia os estudantes universitários. Entre os 12 cursos ameaçados de fechamento estao o de Administraçao da Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro, e os de Direito das universidades Santa Ursula e Católica de Petrópolis, também do Rio.

No final do ano passado, esses cursos foram submetidos a processo de "revisao de reconhecimento" pelo MEC. A má qualidade dos cursos foi reconhecida pelo Conselho Nacional de Educaçao e as faculdades receberam prazo até julho deste ano para corrigir as falhas apontadas pela avaliaçao do ministério. Caso nao sejam corrigidas as irregularidades, os 12 cursos serao os primeiros a ser fechados por decorrência de mal desempenho nas avaliaçoes do ministério.

Na nova rodada de avaliaçoes do MEC divulgada ontem, o ministro Paulo Renato Souza anunciou o resultado das inspeçoes feitas em 410 cursos de Jornalismo, Economia e Engenharias Elétrica e Mecânica em todo o país. Dos 93 cursos com pior colocaçao, 29 receberam a mençao mais baixa, condiçoes insuficientes, nas três categorias avaliadas, e 64 cursos receberam a nota mais baixa em duas categorias.

Segundo o ministério, todos os cursos que receberam mais de duas mençoes CI também poderao ficar sob risco de fechamento, caso também recebam durante três anos no Provao notas D e E, as mais baixas do teste que avalia os estudantes de nível superior. Nenhum deles, no entanto, já foi submetido a três ediçoes do Provao, o que só deve acontecer a partir deste ano.

Dentre os cursos avaliados, os que apresentaram pior desempenho foram os de Jornalismo. Dos 86 cursos dessa área examinados, quase a metade (42 cursos) apresentaram condiçoes insuficientes em mais de duas categorias de avaliaçao do MEC. O relatório do ministro revela que algumas escolas sequer têm computadores e, quando têm, o número é reduzido para a quantidade de alunos. Pelo menos 75% das escolas têm instalaçoes de laboratórios inadequadas.

"O resultado da avaliaçao mostra que há necessidade de avaliaçao permanente dos cursos. Tenho certeza de que os cursos vao se mover para melhorar as condiçoes de ensino, senao serao submetidos a processo de renovaçao de reconhecimento que pode levar até ao fechamento", afirmou o ministro da Educaçao. Ele acrescentou, no entanto, que nao quer promover uma perseguiçao aos cursos mais fracos. "Nao queremos punir as instituiçoes, mas melhorar a qualidade do ensino", justificou.

Engenharias - No caso da avaliaçao das engenharias, as inspeçoes realizadas por professores contratados pelo MEC mostraram que a situaçao dos cursos de Elétrica e Mecânica é bem melhor do que a do Jornalismo. As condiçoes dos cursos dessas engenharias foi considerada predominantemente boa ou muito boa, enquanto no Jornalismo e também nos cursos de Economia prevaleceram as mençoes regular e insuficiente.