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Produção do setor químico nacional cai 2% neste ano
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/09/2011 | 07:30
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A indústria química brasileira encolhe neste ano, enquanto o mercado interno do setor cresce a taxas chinesas (alta de 7,7% nos últimos 12 meses). No mesmo período, a produção nacional caiu 2% e a importação, por outro lado, teve expansão de 27,9%, ou seja, ocupou espaço das fabricantes.

Nesse cenário, a balança comercial do segmento deve chegar ao fim do ano com deficit de US$ 25 bilhões, afirma o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Química, Fernando Figueiredo.

A associação, em conjunto com entidades de trabalhadores, vem lutando para obter do governo federal medidas que tornem as condições da indústria brasileira mais competitivas em relação ao importado. O executivo cita que isso passa pela formação de mão de obra especializada e também pelo acesso a matéria-prima (o gás natural) a preços mais próximos dos praticados em outros mercados.

Em relação a esse último item, Figueiredo assinala que o Brasil, com as descobertas do petróleo da camada do pré-sal, caminha para ser um dos grandes produtores também de gás. No entanto, o preço no País gira em US$ 16, incluindo impostos, enquanto nos Estados Unidos está em US$ 4.

 

DOCUMENTO

A Abiquim preparou documentou que enviou ao governo mostrando a situação do setor e vem reivindicando acesso mais facilitado a crédito para as pequenas empresas do ramo, incentivos a pesquisa e desenvolvimento e redução de distorções tributárias. Pimentel exemplifica com os produtos importados pelo porto de Santa Catarina, que estão ingressando com valores de 3% a 4% menores que o item nacional, por causa de vantagens oferecidas por aquele Estado.

A entidade também busca, junto com as federações dos Trabalhadores Químicos da Força Sindical e da CUT e com o Sindicato dos Químicos do ABC, audiências com os ministros Guido Mantega (Fazenda), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia).

 

INVESTIMENTOS

Para o presidente da associação, o governo está na direção correta, ao lançar o programa Brasil Maior, de política industrial. "Mas precisamos de visão de longo prazo", assinala. Ele considera que se aqueles pontos forem atacados (incentivos a pesquisa, redução de distorções, acesso a crédito etc), o setor pode investir US$ 167 bilhões até 2020, gerando 2 milhões de empregos diretos, indiretos e por efeito de aumento de renda.




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