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Choques na fronteira entre Líbano e Israel deixam quatro mortos
Da AFP
03/08/2010 | 08:37
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Da AFP


Três libaneses - dois soldados e um jornalista - e um oficial israelense foram mortos nesta terça-feira na fronteira entre Israel e o Líbano em confrontos mortíferos sem precedentes desde 2006.

O Conselho de Segurança da ONU estava reunido a portas fechadas nesta terça-feira para analisar os enfrentamentos, ao mesmo tempo em que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelava por uma "retenção máxima" entre as partes.

"Dois soldados libaneses foram mortos", informou um porta-voz militar libanês, que também anunciou 15 feridos.

Trata-se dos mais sangrentos incidentes na fronteira entre os dois países ainda tecnicamente em guerra desde o conflito de 2006 entre o Estado hebreu e o Hezbollah xiita.

A televisão do Hezbollah xiita Al Manar informou por sua vez que um militar israelense de "alta patente" havia sido morto, uma informação confirmada logo depois.

Antes, um porta-voz do exército libanês havia afirmado que no final da manhã, "explodiram confrontos entre as duas partes na fronteira, no setor de Aadaissé, depois que soldados israelenses tentaram arrancar uma árvore do lado libanês", que estaria bloqueando a visão de suas câmeras de monitoramento.

Aadaissé fica no sul do Líbano, a 30 km a leste da cidade litorânea de Tiro.

"Os soldados israelenses começaram a atirar, o exército libanês respondeu", precisou o porta-voz.

"Uma casa em Aadaissé foi atingida por um morteiro lançado de um tanque israelense", destacou o porta-voz. Segundo um correspondente da AFP em Aadaissé, uma segunda casa foi atingida.

Um funcionário do governo libanês falou em quatro morteiros que caíram perto de uma posição do exército.

A Força das Nações Unidas no Líbano (Finul) fez um apelo à "moderação máxima", disse à AFP seu porta-voz Neeraj Singh, que também confirmou a troca de tiros.

Israel advertiu o Líbano das "consequências" de "violações da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", em comunicado do Ministério das Relações Exteriores

A resolução 1701 pôs fim à guerra de 2006 entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, e reforçou a Finul, encarregada de supervisionar o cessar-fogo entre os dois inimigos.

O presidente libanês Michel Sleimane e o Premier Saad Hariri denunciaram uma "agressão" israelense.

No verão de 2006, depois da captura pelo Hezbollah de dois soldados israelenses na fronteira, uma guerra de 34 dias foi travada entre o Estado hebreu e o partido xiita, matando mais de 1,2 mil libaneses, em maioria civis e 160 israelenses, em maioria militares.

Israel não conseguiu destruir a capacidade militar do Hezbollah, impedir tiros de foguete contra seu território e obter a libertação dos dois soldados, Os corpos deles foram entregues, depois.

Há alguns meses, o clima de tensão entre o Estado hebreu e o Hezbollah se acentuou após Israel ter acusado a Síria de fornecer mísseis Scud ao Hezbollah.




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