Política Titulo CPI
Advogado acusa Bonome e Jarbas de saírem ricos

Na oitiva, Calixto diz que ex-aliados se beneficiaram no Paço

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
10/04/2012 | 07:44
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O advogado Calixto Antônio Júnior não poupou acusações sobre o ex-secretário de Gabinete de Santo André Nilson Bonome e ao ex-diretor de Gestão Ambiental do Semasa Jarbas Elias Zuri, ambos filiados ao PMDB. No depoimento à CPI, ontem, declarou que os dois saíram ricos da administração Aidan Ravin (PTB).

Calixto afirmou que Jarbas, "homem do vice-presidente da República, Michel Temer", era o contato inicial das empresas que demonstravam interesse em se instalar na cidade. "Ele era a pessoa inteligente do grupo do Bonome."

Apesar de mencionar que teve cinco brigas com Bonome, o advogado cita que o ex-homem-forte do governo se beneficiou diretamente do contato que mantinha com o empresariado, até para sua pré-candidatura ao Paço. "O Bonome acertava com as empresas, e, com essa intermediação, saíram ‘trilhões' de Santo André", disse ele, ao acrescentar que "Aidan tinha ciência de toda a falcatrua".

A denúncia do ex-diretor de Gestão Ambiental Roberto Tokuzumi aponta que o superintendente adjunto, Dovilio Ferrari Filho, e Calixto eram mentores do esquema. O suposto sistema consistia em brecar a assinatura do superintendente do Semasa, Ângelo Pavin, última etapa para obtenção da licença ambiental.

Bonome afiançou que não tem conhecimento das declarações de Calixto e sequer o conhece. Segundo o peemedebista, houve poucos encontros com o advogado no começo da administração. "Tive raros encontros. Agora ele precisará ter subsídio, alguma prova, porque nada disso tem fundamento."

O ex-secretário justificou que o depoimento teve colocações mal explicadas que não irão se confirmar. Ele cita que alguns projetos de empreendimentos passavam pelo gabinete, mas era apenas para empresas apresentarem seus objetivos. "Investidores vieram falar comigo e com o prefeito por conta da magnitude de aplicações de recursos na cidade. Não envolve valores, isso não existe."

Jarbas, por sua vez, enfatizou que a denúncia aponta um esquema iniciado em meados de outubro, época em que havia saído há seis meses da autarquia. "Deixei o Semasa em abril de 2011. Onde eu entro nessa história? Veja se tinha alguma assinatura minha. Eu mantive todo o corpo técnico da gestão passada (do PT), de qualidade." Ele alegou que, na sua gestão, foi o período em que mais se liberou licença.

Segundo Jarbas, que hoje atua como adjunto na Secretaria de Esportes da prefeitura de São Paulo, Calixto está acuado e, por isso, disparando acusações. "Se meteu numa roubada. Não tenho nada a ver com isso. Tanto não existia que nunca se cogitou (venda) quando eu estava lá. O estranho é que o Dovilio demitiu toda a equipe técnica, extremamente séria", salientou. Ele garantiu que as acusações de enriquecimento são totalmente descabidas. "Se alguém ficou, pegou a minha parte. Se tivesse numa situação desse interesse, teria saído?"

Ambos se colocaram à disposição da CPI para prestar esclarecimentos.




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