O prefeito em exercício de Sao Paulo, Régis de Oliveira (sem partido), deu início nesta segunda-feira ao seu governo popular atendendo 150 líderes de comunidades da Zona Leste da capital, junto de seus secretários e subprefeitos, no Salao Nobre da Prefeitura. O objetivo é atender todas as segundas-feiras entidades de bairro de cada setor da cidade. A maioria das comunidades que estiveram na Prefeitura nesta segunda também faziam pedidos na gestao do prefeito afastado Celso Pitta (PTN).

O encontro começou às 8h e terminou ao meio-dia. O próprio prefeito em exercício recebia os integrantes das comunidades com beijos, abraços e apertos de mao na entrada do salao. Ele perguntava o problema de cada pessoa e indicava um de seus secretários de Governo, que estavam sentados em uma grande mesa, no centro do salao. Ao ser indicado ao secretário correspondente, a pessoa ficava em uma fila e esperava a sua vez de fazer o pedido.

"Eu consegui até tirar uma foto com o prefeito e com o secretário de Esportes (Gilmar dos Santos Neves)", disse Cláudia Moreira do Amaral, 26 anos, secretária-geral do Centro Desportivo Municipal do Jardim Noêmia, no Itaim Paulista, após ser recebida. Ela também carregava em sua bolsa uma revista com uma foto dela com o prefeito afastado Celso Pitta. "Eu vim pedir uma intervençao no centro que tem problemas de drogas e uma má administraçao; o secretário disse que até quinta-feira vai visitar o local".

Biópsia - O secretário Municipal da Saúde, José Aristodemo Pinotti, disse que atendeu cerca de 40 pessoas e acredita que a posiçao do prefeito em exercício nao é uma medida populista. "Eu nao acho que seja uma medida populista, demagoga", afirmou. "É uma forma de revitalizar o sistemas; nós precisamos atender as tragédias coletivas, sem esquecer as tragédias pessoais".

Segundo Pinotti, a grande maioria pediu construçao de postos de saúde, remédios para os postos e exames médicos. "O que me impressionou foi que nao recebi nenhum pedido de emprego e eu consegui fazer várias biópsias na Zona Leste, isso dá uma noçao do todo", disse ele, que prometeu resolver de imediato cerca de 80% dos problemas que foram apresentados a ele.

A ajudante-geral e líder de comunidade Maria Paz Viana, 47 anos, foi pedir a reativaçao de um Posto de Saúde na Jardim Pantanal e um mutirao para construçao de casas próprias para um grupo de moradores que foram retirados de apartamentos invadidos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) ao secretário da Habitaçao, Flávio Gennari.

"Temos que aproveitar, o Régis é bom; o outro prefeito (Pitta), e os seus secretários nao recebiam a gente".

Arma apontada - Na gestao Pitta, Joao Isidoro Neto, 39 anos, presidente da Sociedade Doaçao e Coraçao, da Vila dos Pereiras, foi cinco vezes na regional de Guaianazes, uma na Secretaria de Vias Públicas. Nao conseguiu ser atendido. Resolveu ir ao gabinete do entao prefeito Celso Pitta. Na primeira vez também nao foi atendido. "Na segunda vez que eu vim foi bem no dia do afastamento dele", contou. "Eu nao sabia e, quando cheguei, um GCM até apontou a arma para mim." Nesta segunda, Neto aproveitou para pedir, segundo ele, "quase tudo".

Primeiro pediu construçao de escola e creches para a secretária da Educaçao, a construçao de uma ponte, a pavimentaçao de seis ruas aos secretários de Obras e Vias Pública, a instalaçao de novas linhas de ônibus na regiao e construçao de um Posto de Saúde para Pinotti. A resposta que recebeu dos secretários foi quase sempre a mesma. "Eles disseram que iriam encaminhar os pedidos, é um começo", afirmou.