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Gasolina tem segundo aumento de preços em uma semana

Na refinaria, combustível passa a ter custo de R$ 2,22 e consumidor já deve sentir alta

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
13/09/2018 | 07:12
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Marcelo Camargo/Agência Brasil/Fotos Públicas

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A gasolina sofreu o segundo aumento consecutivo no intervalo de uma semana. Com incremento de R$ 0,02, o preço do litro passou a custar R$ 2,2294 nas refinarias, conforme anunciado pela Petrobras. No último dia 6, o combustível já tinha sofrido acréscimo de R$ 2,1704 para R$ 2,2069. O consumidor já deve sentir reflexos no preço na hora de abastecer, a partir de hoje, segundo especialistas do setor.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), a média de preço da gasolina nos postos de combustível do Grande ABC na última semana era de R$ 4,246, podendo chegar a R$ 4,599 em São Caetano. O valor já inclui aumento de 0,52%, ou R$ 0,02, em relação ao valor de duas semanas atrás (entre os dias 19 e 25 de agosto).

A alta no preço da gasolina é impactada principalmente pela volatilidade da moeda norte-americana. O dólar registrou a maior alta do ano nesta semana – fechando a R$ 4,1555 – e, ontem, encerrou o pregão em R$ 4,1511. Desde que a Petrobras mudou a sua política de preços em 2017, as alterações podem ocorrer sem periodicidade definida e dependem do mercado externo, além de também sofrerem influência da corrida eleitoral.

“Duas questões influenciam os valores da gasolina e do diesel na refinaria. A primeira é o preço do petróleo, insumo fundamental para o combustível. A segunda é a cotação do dólar, que precisa ser convertido para real e tem um papel decisivo por conta da cotação internacional do barril de petróleo”, explicou o professor dos MBAs da FGV (Fundação Getulio Vargas) Mauro Rochlin.

Ele pontuou que a alta do combustível também deve impactar outros produtos. “O impacto em relação ao setor de transportes vai ser rápido, ainda mais com a economia com crescimento tímido. Porém, deve ter reflexo até mesmo no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)”, disse.

Na semana passada, a estatal anunciou que poderia aplicar mecanismo de hedge, ou seja, manteria a gasolina estável pelo período de 15 dias para evitar a volatilidade. Porém, esta política é opcional.

Segundo o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivado de Petróleo do ABCDMRR), Wagner de Souza, em 12 meses os preços já foram reajustados em 30%. Ele afirmou que o valor praticado é livre pelos postos, mas que o repasse deve acontecer, já que o valor nas distribuidoras é alterado conforme os anúncios da Petrobras. “A ideia é que aconteça a cada 15 dias, porque os aumentos acabam se neutralizando e impactam menos o revendedor e o consumidor.” 




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