Alguns visitantes ainda estavam no interior do presídio quando tudo começou. Um parte dos presos passou da ala 2, para outra, a ala 3, e começou a agredir detentos com pedaços de paus, estiletes e outros objetos. Os mortos, que trabalhavam no setor de limpeza e na cozinha do presídio, foram acuados dentro de uma cela, onde apanharam mais. Em seguida, tiveram seus corpos envoltos em colchoes com álcool, posteriormente incendiados.
O capelao anglicano Alfredo Mario Mingola, que esteve no presídio e no Instituto Médico Legal de Bauru, disse que as mortes ocorreram porque os 250 presos do raio 3 rebelaram-se contra os faxineiros e distribuidores de comida ("boieiros", na linguagem do cárcere) que vinham se recusando a entregar-lhes as "misturas", como o frango e a carne. Esses alimentos, segundo apurou o capelao, estariam sendo desviados e só entregues aos presos que dessem cigarros e outras coisas em troca. Essa situaçao já ocorria há alguns meses e por isso os presos revoltaram-se e promoveram o linchamento.
Relatório enviado nesta segunda ao secretário da Administraçao Penitenciária, Joao Benedito de Azevedo Marques, revela, porém, que os faxineiros vinham molestando as mulheres, irmas e filhas dos demais presos e, por isso, foram mortos.
Reclamaçao - Na tarde desta segunda, a família de Marcelo Machado, de Sao Paulo, que compareceu ao IML de Bauru protestava contra o Estado, que retirou os presos da capital e agora, com eles mortos, nao os transporta de volta para a origem. Dos 852 detentos da Penitenciária II de Pirajui, 800 vieram da Casa de Detençao de Sao Paulo, trazidos nos dez vôos especiais realizados pelo aviao hécules da FAB especialmente adaptado para esse fim.
Bauru - Na manha desta segunda, Eduardo Inácio Neto, um preso da Penitenciária II de Bauru também morreu esfaqueado. Em outra briga, na mesma penitenciária, Emerson Alexandre de Paula também foi atacado com golpes de estilete, mas sobreviveu.
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