Economia Titulo
Transformação digital
Maria Sartori
Gerente sênior de recrutamento da Robert Half
28/08/2018 | 07:07
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1 – Tenho visto pessoas perdendo emprego por conta do avanço da tecnologia. O que posso fazer para não me ver nessa situação?

Realmente, em virtude da digitalização dos negócios e processos, alguns cargos estão deixando de existir, e outros estão surgindo. Mas, essa realidade não deve gerar pânico nos profissionais. Afinal, em pânico fica mais difícil tomar boas decisões. No lugar desse sentimento, aconselho que você tome consciência sobre a necessidade de atualização, converse com profissionais da área e busque informações para identificar onde estão os pontos de melhoria entre as suas qualificações. A transformação digital já é uma realidade e veio para ficar.

2 – A transformação digital apresenta algum risco para cargos de gestão e liderança?

Sim. Um líder ou gestor que não consegue conduzir a transformação digital entre os integrantes da própria equipe certamente terá suas habilidades questionadas pela direção da empresa. Então, esse deve ser um ponto de atenção para profissionais de todos os níveis hierárquicos. Dados da quinta edição do ICRH (Índice de Confiança Robert Half) apontou que 46% dos empregadores entrevistados afirmaram que a transformação digital tem provocado a rotatividade de profissionais que não se atualizaram.

3 – Onde estão as maiores oportunidades para os profissionais?

O ICRH mostra que 39% dos empregadores entrevistados abriram novos cargos em virtude da transformação digital. As maiores oportunidades estão nas áreas de Big Data, Analytics, Inteligência Artificial, Cloud e Mobilidade.

4 – Como líder, o que posso fazer para engajar minha equipe nesse processo de transformação?

Engajar um grupo não é tarefa fácil, principalmente quando a ação vai gerar mudanças nas rotinas diárias. Eu aconselho quatro passos. Primeiro, explique o impacto da mudança, focando nos benefícios na rotina. Segundo, ouça atentamente as preocupações, procurando acatar as reclamações válidas e esclarecer as que não fazem sentido. Terceiro, incentive a equipe a manter habilidades relevantes e desenvolver as necessárias, assim, a tendência é afastar dos profissionais o medo de demissão. Quarto, forneça suporte após a mudança, acompanhando os processos até que todos estejam adaptados à nova realidade.

5 – Vai chegar um dia em que todos seremos substituídos por máquinas?

Não acredito nisso. Minha visão é que o ser humano continuará sendo extremamente relevante para decisões estratégicas, desempenhar atividades de relacionamento e criar e motivar equipes. Nesse contexto, como mostra o estudo da Robert Half – O Trabalho do Futuro –, os recrutadores passaram a valorizar ainda mais as habilidades comportamentais dos candidatos, como: comunicação, trabalho em equipe e capacidade de negociação.
 




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