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Chávez vai à Cúpula das Américas denunciar 'complô' dos EUA
Da AFP
11/01/2004 | 23:16
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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, vai participar da Cúpula das Américas com a intenção de torpedear o projeto da Alca e denunciar o suposto "complô" dos Estados Unidos para tirá-lo do poder. A cúpula será aberta terça-feira, no México, com a presença dos chefes de Estado do continente, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Chávez afirmou este domingo que irá a Monterrey para denunciar o "complô" armado por Washington com a oposição venezuelana, com o intuito de afastá-lo do cargo através de um referendo. Segundo ele, a iniciativa é inconstitucional.

"Vou dizer o que vou falar em Monterrey, vou alertar o mundo", afirmou Chávez em seu programa semanal Alô, Presidente, assegurando que os Estados Unidos "preparam o terreno" por meio de declarações de funcionários da Casa Branca contra sua pessoa.

As relações entre Caracas e Washington voltaram a ficar tensas sábado quando Chávez chamou a conselheira para Segurança Nacional dos Estados Unidos, Condolezza Rice, de "analfabeta", por acusá-lo de não desempenhar um papel construtivo na região.

Essas declarações se somaram à do secretário de Estado americano, Colin Powell, e à do chefe da diplomacia americana para a América Latina, Roger Noriega. Na última semana eles expuseram suas opiniões sobre a realização do referendo contra Chávez e a relação próxima da Venezuela com Cuba.

Chávez afirmou também que irá a Monterrey para denunciar as "nefastas conseqüências" do neoliberalismo e a implantação na região da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), incentivada por Washington, para 2005.

A Venezuela, único país que assinou com reservas sua adesão à Alca na Cúpula das Américas do Canadá, se opôs, junto ao Brasil, à proposta de Washington de incluir o mecanismo na declaração que será emitida em Monterrey.

Chávez também pode vir a apoiar a Bolívia em sua reclamação de uma saída para o Oceano Pacífico. Esta posição já lhe custou um incidente diplomático com Santiago, que retirou seu embaixador em Caracas em novembro passado, em sinal de "desagrado" por seu apoio à Bolívia.

A chancelaria venezuelana informou que Chávez tem previsto manter encontros com seus colegas da Bolívia, Carlos Mesa, e argentino, Néstor Kirchner, e não descartou um encontro com Lula.




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