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Preço do celular pode subir com corte de subsídios
Do Diário do Grande ABC
01/06/2000 | 15:57
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As operadoras de telefonia celular estao reduzindo os subsídios que vinham dando nos aparelhos, o que pode elevar os preços para o consumidor. É impossível fazer cálculos precisos do impacto dessa mudança, mas em alguns Estados o aparelho já está mais caro. Na área de operaçao da Tele Celular Sul (Paraná e Santa Catarina), o modelo mais barato do aparelho pré-pago custava no ano passado cerca de R$ 200, com subsídio de R$ 60, segundo a empresa. O subsídio médio que a operadora praticava nos diversos modelos era de R$ 80.

A Tele Celular Sul decidiu extinguir os subsídios a partir de abril, mas eles vinham sendo reduzidos desde outubro. "Nossa margem operacional no primeiro trimestre teve um bom desempenho em comparaçao com o último trimestre de 1999", afirmou a gerente de Relaçoes com o Mercado, Joana Serafim. Embora cortem os subsídios diretos, as operadoras de telefonia celular tendem a dar compensaçoes aos clientes no uso do aparelho. A Telesp Celular, por exemplo, que pratica subsídios baixos, de cerca de R$ 20, segundo assessoria da empresa, oferece compensaçoes em créditos para o usuário do pré-pago.

Um dos modelos do serviço pré-pago da Telesp Celular custa R$ 199 mais seis parcelas de R$ 25, que sao pagas nas recargas de créditos de R$ 50. Esse parcelamento pode se extender por um ano e meio, considerando uma recarga a cada três meses. O aparelho sai por quase R$ 350, mas tem subsídio indireto da operadora. No caso da BCP, que concorre com a Telesp Celular na regiao metropolitana de Sao Paulo, o aparelho mais barato custa R$ 199. Os preços vêm caindo desde maio do ano passado, mas o nível de subsídio é alto, cerca de R$ 120 no modelo mais barato, que sairia para o consumidor por R$ 340. A estratégia da BCP agora, como das outras operadoras em todo o país, é cortar subsídios para aumentar as margens operacionais.

O diretor executivo da CellStar, maior distribuidora de celulares do País, Joao Carlos Zampini, esclareceu que, mesmo que nao elevem os preços dos terminais, as operadoras conseguirao margens maiores porque o custo do aparelho vem caindo. "É impossível manter o subsídio porque existe um descompasso de caixa nas operadoras", afirmou Zampini. As operadoras também estao abandonando a venda de celulares pós-pagos, segundo Zampini, o que abre novas perspectivas para as distribuidoras, como a CellStar. A expectativa da empresa é manter este ano o faturamento de R$ 430 milhoes de 1999, depois ter projetado inicialmente queda na receita.

"Nao há mais uma demanda explosiva, mas existe uma constância", afirmou Zampini. Ele aposta que as vendas este ano serao estimuladas pela troca de aparelhos com novos recursos tecnológicos como o acesso à Internet via WAP (Wireless Application Protocol). Os primeiros aparelhos WAP serao importados a partir de julho.




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