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Trabalhadores Sem-Teto deixam São Bernardo
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
15/07/2009 | 07:00
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Depois de ficarem seis dias acampados em frente do prédio onde fica o apartamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo, os integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) deixaram o local às 18h30 de ontem.

O grupo - composto por cerca de 150 pessoas - conseguiu entrar em um acordo com os assessores do presidente e com a cúpula nacional do PT (Partido dos Trabalhadores) com relação ao despejo (previsto para daqui a 14 dias) de 1.400 famílias, que ocupam um terreno em Sumaré, interior de São Paulo.

"O governo concedeu a ocupação de um outro terreno em Sumaré mesmo, provisoriamente. Enquanto isso, soluções serão buscadas para que todos nós tenhamos moradia digna", afirmou um dos coordenadores estaduais do MTST, Zezito Alves da Silva, também chamado pelos demais de Juarez.

Amanhã representantes do movimento irão se reunir com o ministro das cidades e com a secretaria nacional da habitação para discutir as medidas cabíveis destinada a essa classe. "O programa federal Minha Casa, Minha Vida é positivo para aqueles que tem alguma renda, mas por outro lado não agrega em nada o MTST. Há falhas. Não é um programa flexível", explicou outra coordenadora do movimento Maria das Dores.

A pauta de reivindicação apresentada na quarta-feira passada pelos trabalhadores foi levada adiante por intermédio do presidente municipal do PT.

Durante os dias que estiveram acampados, as pessoas presentes protestavam na frente da casa de Lula (na avenida Francisco Prestes Maia, bairro Santa Terezinha) cantando e levantando faixas. Durante o dia pequenas reuniões eram convocadas no local de hora em hora, praticamente. "Sempre passamos os passos da negociação para todas as famílias que acompanham o movimento", esclareceu Zezito.

Além disso, também em forma de protesto, oito pessoas ficaram acorrentadas durante a semana.

Os manifestantes dormiam embaixo de lonas. Os alimentos, colchões, água e roupas foram doados por famílias e entidades que ali passavam.

"Todo o sacrifício valeu a pena. Fomos ouvidos e só estamos saindo porque houve uma posição do governo. A porta para debatermos melhores condições ficou aberta", concluiu Zezito Alves da Silva.




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